NEGÓCIOS

Accesstage aposta na iniciação de pagamento para crescer seu ecossistema B2B

Há cerca de dois anos, a Accesstage também entrou em crédito, conectando empresas a uma base de mais de 110 instituições financeiras

Celso Sato/Accesstage - Imagem: Divulgação
Celso Sato/Accesstage - Imagem: Divulgação

A Accesstage, especializada em pagamentos B2B e gestão financeira, cresceu nos últimos anos agindo como uma espécie de “Open Finance as a service”. A empresa já fazia a conexão entre as diversas contas bancárias das empresas cliente, mesmo quando ainda não havia o conceito de Open Finance. Agora, aguarda as últimas etapas de homologação para poder operar como iniciador de transação de pagamento (ITP). 

“Queremos ser o maior Open Finance de uma empresa que não é banco”, diz o CEO e um dos sócios da Accesstage, Celso Sato, em conversa com o Finsiders Brasil. Por enquanto, os principais casos de uso de ITP no Brasil são com foco em consumidores finais, e não empresas. Isso não significa, porém, que a Accesstage está sozinha — uma de suas principais concorrentes, a Finnet, também já passou pelo primeiro ‘crivo’, que é receber aprovação da licença de ITP pelo BC. 

Atualmente, a Accesstage tem mais de 120 mil empresas plugadas em seu ecossistema. Na outra ponta, estão mais de 110 bancos e financeiras, além de instituições de pagamento e FIDCs. O modelo de negócio da companhia é de receita recorrente — praticamente 90%, de acordo com Celso. 

Pagamentos e crédito

Com mais de 23 anos de vida, a Accesstage permite integração bancária end-to-end, desde o ERP (sistema de gestão) das empresas até a comunicação com os bancos. Há cerca de dois anos, a companhia também entrou em crédito — antecipação de recebíveis e programa de risco sacado

Por ano, a plataforma da Accesstage processa R$ 1,5 trilhão. Em risco sacado, antecipou R$ 4 bilhões em 2023 e a expectativa é ficar entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões neste ano, conforme o CFO, Diego Ishiy. O faturamento combinado das empresas do grupo deve atingir R$ 130 milhões. 

Ao contrário de alguns de seus competidores, como a catarinense Nexxera, nas operações de crédito a Accesstage optou por não assumir o risco. Tanto é que nem montou uma estrutura própria de funding, como um FIDC. A estratégia é plugar as empresas ao marketplace de bancos, financeiras e demais instituições parceiras. 

A Accesstage nasceu no início dos anos 2000, quando o fundo de venture capital da japonesa Mitsubishi decidiu criar empresas inovadoras nos diversos países onde atuava. Em 2007, o grupo decidiu vender os negócios, e a Accesstage foi comprada por dois executivos, Celso e Fernando Takano, mais um investidor-anjo. Desde 2013, são apenas eles os acionistas da empresa, cada um com um terço do negócio. 

A Accesstage diz que dá lucro, gera caixa e nunca precisou de investimento externo, embora seja sempre assediada, reconhece Celso. Nos últimos anos, andou foi comprando empresas, entre elas, a fábrica de softwares Kaspper, e a Negocie, especializada em cobranças. O CEO não descarta novas aquisições.