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O Mercado Pago está a todo vapor. Depois de avançar em crédito, a fintech do Mercado Livre agora vai oferecer seguros em sua plataforma. Nada mais natural para um negócio que pretende ser um ecossistema completo de soluções, aproveitando a integração com o marketplace. Sabe-se que a empresa aguarda aval do BC para virar instituição financeira — hoje o Mercado Pago opera como instituição de pagamento (IP).
Em seguros, a fintech vai começar com um produto para celulares, em parceria com a insurtech Pitzi e com a seguradora Mapfre. O seguro estará disponível a partir de novembro para toda a base de usuários do Mercado Pago— 20 milhões de pessoas.
“Naturalmente, começamos com seguro de roubo e dano de celular, porque foi o produto mais solicitado por boa parte dos usuários”, diz Renato Magalhães Leite, head da área de seguros do Mercado Pago, na empresa desde 2018 e ex-consultor do The Boston Consulting Group. O executivo assumiu na metade do ano a recém-criada área de seguros.
Serão três opções de planos para celulares seminovos: proteção de tela; contra danos acidentais da tela; e um mais completo, contra roubo e danos. O valor do prêmio depende do modelo do aparelho. A contratação é feita pelo aplicativo do Mercado Pago. Em caso de sinistro, a pessoa poderá acessar a conta pela web para informar a ocorrência.
Em desenvolvimento há sete meses, o seguro já começou a ser disponibilizado para celulares com as versões abaixo de 9.0 do Android. Aos poucos, será lançado para as versões acima de 9.0 do Android, assim como para iPhone. Para o primeiro semestre de 2021, a fintech prevê novas modalidades de seguros, mas ainda não definiu quais, diz Leite.
“Estamos fazendo pesquisa, olhando tudo, ainda não estamos 100% fechado. Estamos entendendo a aderência do produto.”
Oferta
Com o primeiro seguro, o Mercado Pago avança na estratégia de montar uma prateleira de produtos e serviços financeiros. No fim de setembro, a empresa recebeu um aporte de R$ 400 milhões feito pelo Goldman Sachs. Com o dinheiro, via FIDC, a fintech do Mercado Livre vai ampliar a capacidade de concessão de crédito para capital de giro a empreendedores, principalmente micro e pequenos negócios.
Em abril, a fintech havia anunciado novas linhas de capital de giro no valor de R$ 600 milhões. Desde o início da operação de crédito, a empresa emprestou mais de R$ 2,4 bilhões, num total de mais de 1 milhão de contratos de crédito para 500 mil pequenas e médias empresas que vendem no Mercado Livre ou com soluções de pagamento do Mercado Pago.
“Estamos criando um ecossistema completo de soluções. No final, acabamos competindo com todo mundo, desde bancos tradicionais quanto players mais novos, com origens mais parecidas com a nossa, seja do varejo, seja do mercado de fintechs”, disse Rodrigo Furiato, diretor de carteiras digitais do Mercado Pago, em entrevista recente para matéria minha do Valor.
Na semana passada, o Banco Original fechou uma parceria com a MetLife do Brasil para ofertar seguro de vida e de acidentes pessoais aos clientes do banco. Recentemente, o Guiabolso firmou acordo com a Icatu Seguros para vender seguro de vida no aplicativo.
A fintech Consiga+, de crédito consignado privado, tem acordo com a Assurant, em seguro prestamista. A Paketá, que também atua com consignado privado, fechou parceria com a AXA do Brasil.