Criada por ex-Itaú e Totvs, Shipay mira avanço de wallets no varejo

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(Atualizada em 30 de outubro)

Ir a um restaurante e encontrar pelo menos três opções de QR Code é algo cada vez mais comum. Agora imagine para esse varejo como é difícil gerenciar tantas carteiras digitais no dia a dia. Uma fintech criada no ano passado quer ajudar a solucionar esse problema.

A solução desenvolvida pela Shipay integra as principais wallets disponíveis no mercado por meio de conexão com o sistema do caixa da loja (PDV) ou sistemas de gestão empresarial (ERP).

Sócios da Shipay
Sócios da Shipay. Da esq. para dir., Paulo Loureiro, Charles Hagler, Luiz Coimbra e Fabio Ikeno (Crédito: Divulgação)

A plataforma funciona como um hub integrador das carteiras digitais, ou um “grande provedor de conexão, um enable, facilitador para os clientes”, explicam em entrevista à Finsiders os sócio-fundadores Luiz Coimbra, ex-superintendente de cartões do Itaú Unibanco, e Charles Hagler, ex-diretor da Embraer e da Totvs.

“Para o comerciante, aceitar uma ou duas carteiras é fácil. Mas esse mercado estava caminhando para ter dezenas de opções importantes. Impossível acessar tantos sistemas.”

Os dois ex-executivos resolveram se unir em 2019 para montar a Shipay. Neste ano, trouxeram mais dois experientes profissionais: Fabio Ikeno (CTO), ex-head de transformação digital da Embraer e ex-coordenador de infraestrutura de TI da Netshoes. Mais recentemente, Paulo Loureiro, ex-gerente de vendas da Mastercard, se juntou ao time como COO.

O MVP saiu em outubro de 2019, construído com capital dos sócios. No início deste ano, a fintech foi acelerada pela iDEXO, braço de inovação aberta da Totvs. Durante a pandemia, a empresa fechou uma rodada de captação, de valor não revelado. “Temos tranquilidade operacional para os próximos anos”, diz Coimbra, Co-CEO.

No início com dez empresas de software parceiras, hoje a Shipay soma 70 parceiros, entre eles, MarketUP, Compufor e NCR. Na base da plataforma, há cerca de 20 carteiras digitais, incluindo as maiores do segmento, como Mercado Pago, PicPay, PagBank e Ame.

“Estamos falando com uma base de 270 mil estabelecimentos comerciais. Temos em produção por volta de 20 carteiras. Nossa intenção é ser esse player que conecta todo mundo com todo mundo”, diz Hagler, Co-CEO

Pix

A menos de um mês do início do funcionamento do Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central (BC), a empresa também está com sua primeira versão de API para o Pix.

Segundo os empreendedores, a tendência é que ocorra um processo evolutivo do Pix. Inicialmente, vai trazer redução de custo com TEDs. A segunda onda é de pagamentos e a terceira, entrada do sistema no varejo, avaliam eles.

“Temos algumas coisas sendo testadas. São projetos piloto. O Pix vai permitir construção de serviços em cima. Não se limita somente a pagamentos. Tem muito dado sendo transferido. Tem uma camada de serviços a ser construída. O que temos explorado é justamente isso.”