A TuTu Digital, fintech de empréstimos “peer to peer” (pessoa para pessoa, sem intermediação de bancos) se prepara para entrar no mercado americano no ano que vem. O objetivo é convencer uma parcela dos investidores dos Estados Unidos, ávidos por diversificação em ativos alternativos, a emprestar para micro e pequenas empresas brasileiras.
“Os americanos já estão acostumados a investir em ativos reais. Lá, o juro é baixo há anos. Quase 80% deles investe na Bolsa. Um bom investimento de renda fixa nos EUA rende 2% ao ano. Os investidores da TuTu ganharam 34% em 2019”, diz Alan Martins, fundador e CEO da TuTu.
Martins avisa que essa é uma intenção, e que os estudos jurídicos para sua viabilização estão a cargo do escritório de advocacia Pinheiro Neto.
Já o processo de internacionalização como um todo está a cargo do Grupo Drummond, fundado por Bruno Drummond, que é brasileiro, em Boston. Martins sabe que o desafio de entrar nos EUA é grande, e se considera bastante ‘pé no chão’: “Fazemos mais chopp do que espuma”, brinca. Ao mesmo tempo, está seguro de que o modelo que desenvolveu na TuTu pode ser replicado em outros mercados.
A TuTu é focada em viabilizar empréstimos a micro e pequenas empresas: “Nosso valor médio emprestado é R$ 35 mil. Os clientes são borracharias, padarias, autoescolas… um segmento altamente carente de crédito e muito mal precificado”, diz.
Segundo Martins, a partir de R$ 250 já é possível investir na TuTu. Ou seja, com R$ 1 mil dá para começar uma carteira diversificada de investimentos. “Nossa meta é baixar ainda mais esse valor mínimo”.
Fundada em maio de 2017 por Martins e outro sócio, desde o ano passado a TuTu é só dele. “Sou engenheiro, fiz carreira no mercado de tecnologia e meu sócio, no mercado financeiro. Foi a junção perfeita entre fin e tec”, brinca. No ano passado, Martins comprou a parte do sócio. Hoje, a TuTu tem 450 empresas atendidas, 10 mil investidores e uma careira de empréstimos em torno de R$ 20 milhões, informa Martins.