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A carreira de planejador financeiro tem crescido nos últimos anos. Basta ver o avanço do número de profissionais CFPs: ao todo, são mais de 5 mil planejadores financeiros certificados no Brasil, segundo a Planejar, associação responsável pela certificação no país. Ainda que a maior parte dessas pessoas esteja no private de grandes bancos, há um movimento crescente de ex-gerentes e agentes autônomos virando planejadores independentes.
É nesse público que o Vista Fintech está de olho. A startup, que entrou no ar em setembro, quer facilitar o trabalho dos planejadores financeiros, conectando-os aos clientes por meio de uma plataforma digital. Hoje, os profissionais acabam fazendo essa gestão por planilhas de Excel e aplicativos de gestão financeira.
À frente do projeto estão dois profissonais que entendem do assunto. Leonardo Gomes, ex-gerente de wealth management do HSBC Brasil, e Luiz Fernando Schvartzman, ex-sócio de um escritório de agentes autônomos — ambos planejadores financeiros CFP, e também ex-Life Finanças Pessoais, uma das empresas pioneiras em planejamento financeiro no Brasil.
O público-alvo da plataforma é o planejador financeiro independente, assessor de investimentos, gerentes de bancos. “Neste início, estamos aprendendo quem são os planejadores”, conta Leonardo Gomes, sócio-fundador e CFO do Vista, na primeira entrevista a um jornalista desde que o negócio começou a operar.
A plataforma, construída com recursos próprios dos sócios, nasce com mais de 30 planejadores cadastrados, que somam 250 usuários, ou seja, pessoas e famílias atendidas por esses profissionais. Ao todo, essas pessoas têm mais de R$ 100 milhões em patrimônio cadastrado no sistema do Vista. Em um ano, a meta é chegar a 1 mil usuários, diz Gomes.
Ao assinar o serviço — que custa entre R$ 49,90 e R$ 59,90 por cliente cadastrado, conforme o plano (individual ou família) — , o planejador tem acesso a um sistema de gerenciamento dos clientes, integração com gateway de pagamentos para cobrança pela Vindi, aplicativo para os clientes e consolidação de carteiras de investimento.
“O Vista tem uma ferramenta de planos e sonhos. Tem também ferramenta de gestão do orçamento, consegue ter vários filtros para fazer análises maiores do uso do dinheiro do cliente.”
A fintech também está em negociação com consultorias e assessorias de investimento para oferecer um plano business. Em outra frente, a empresa vem treinamento planejadores financeiros, em grupo ou individuais, interessados na carreira.
Filão
O nicho explorado pelo Vista é um filão e tanto. Não só pelo aumento do número de planejadores financeiros, mas pela maior conscientização sobre a necessidade de gerenciar as finanças, traçar objetivos e investir.
Nessa seara, avançam negócios como o da Fiduc, fundada em 2018 no modelo fiduciário, antes restrito a grandes investidores. Hoje, a fintech de Pedro Guimarães soma uma rede de 250 planejadores associados e 2 mil clientes. A empresa atua como gestora, com quatro fundos de fundos (FoF) e cerca de R$ 320 milhões sob gestão.
A fintech contratou em setembro do ano passado Patrick Peres, ex-CTO da Vitacon, como CTO para acelerar uso de tecnologias e novas ferramentas. Há dois meses, lançou um aplicativo que mostra, por exemplo, quão longe ou próximo os clientes estão dos objetivos traçados.
A Fiduc também tem investido em melhorias no onboarding e uso de gamificação, conta o executivo à Finsiders. Há projetos em andamento, hoje em piloto, utilizando inteligência artificial. Uma nova versão do aplicativo da gestora deve ser lançada em breve.
Com modelo diferente, existem empresas de planejamento financeiro, com a Life Finanças Pessoais, de André Novaes, e GFAI, fundada por Leanderson Reis, que também lançou este ano o DashPlan, plataforma digital para planejadores financeiros.
A gestora Warren acaba de lançar o Warren Life, programa de educação e planejamento, informou a fintech em e-mail a clientes. A iniciativa oferece dois planos: conversas com os consultores (por R$ 989,90) e curso de educação financeira (por R$ 349,90). “É uma experiência mais próxima e exclusiva para escolher as melhores estratégias para proteger e potencializar seu patrimônio”, diz o texto.
Outras instituições tentaram nos últimos anos avançar em soluções de planejamento financeiro. A Guide Investimentos criou em 2016 a Guide Life, braço de gestão de patrimônio, após comprar os family offices AX Capital e a DXI Planejamento Financeiro. Hoje, o serviço não é mais oferecido à parte, mas dentro da corretora.
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