Quatro fintechs são aspirantes a unicórnios, aponta estudo do Distrito

ContaAzul, Neon, Contabilizei e Superlógica são as fintechs candidatas a unicórnios, segundo estudo divulgado nesta quarta-feira (17) pelo Distrito. A empresa de inovação aberta mapeou 17 aspirantes ao status de startup com valuation acima de US$ 1 bilhão. Além das quatro fintechs, estão na lista Dr. Consulta (healthtech), Minuto Seguros (insurtech), Petlove (pet), CargoX (logtech), Pipefy (martech), Olist (retailtech), Solinftec (agtech), Tembici (mobilidade), Fazenda Futuro (foodtech), Zenvia (martech), Buser (mobilidade), Take (martech) e Cortex (martech).

Fundada em 2012 em Joinville (SC), a ContaAzul já levantou US$ 37 milhões de fundos como Ribbit Capital, monashees e Tiger Global Management. Conforme o report do Distrito, a fintech lucrou R$ 90 milhões em 2020, e conseguiu se manter lucrativa mesmo com o impacto da pandemia. Já a Neon, fundada há sete anos, dobrou o número de clientes em 2020, para 10 milhões de usuários, e mais de 5 milhões de contas abertas (PF + PJ). E também vem avançando na estratégia para atender o segmento de MEI — mais de 150 mil microempreendedores individuais abriram a conta pejota no banco digital fundado por Pedro Conrade.

Crédito: Pexels

A Contabilizei, que recebeu um aporte do Softbank em janeiro deste ano, vem adicionando novos produtos e serviços financeiros em sua plataforma, como cartão de crédito, empréstimo para capital de giro. Antes do investimento do fundo japonês, a startup havia levantado US$ 20 milhões em 2019 em uma Série B liderada por Quona Capital (que também investiu em Creditas e Monkey Exchange), Point72 Ventures, entre outros investidores.

A Superlógica, que começou atuando com software de gestão para imobiliárias, integra soluções de pagamentos, conta digital. Atende atualmente 45 mil condomínios e criou sua fintech PJBank. No ano passado, a startup captou um investimento de US$ 66,5 milhões liderado pelo fundo de private equity americano Warburg Pincus.

“Setor mais maduro dentro do ecossistema brasileiro de inovação, o mercado de fintechs deve continuar atraindo uma significativa parte do capital de risco destinado a estas startups. No entanto, temos acompanhado de perto o rápido amadurecimento de outros mercados, o que deve nos trazer algumas boas perspectivas ao longo dos próximos meses”, afirma em nota Gustavo Gierun, cofundador do Distrito, referindo-se aos segmentos de varejo, marketing e logística.

Entre os atuais unicórnios — que nas contas do Distrito somam 12 empresas –, são três as fintechs: Nubank, Creditas Ebanx. Entram nessa lista apenas startups que já atingiram valor de mercado superior a US$ 1 bilhão e que têm capital fechado. Para identificar empresas com valuation acima de US$ 1 bilhão de capital aberto, a empresa de inovação deu nome de “IPOgrifos”. Nessa categoria, estão PagSeguro, Stone e Arco. Portanto, teríamos cinco fintechs entre os unicórnios brasileiros. Além desses nomes, estão na relação de unicórnios: 99, Gympass, iFood, Loft, Loggi, MadeiraMadeira, QuintoAndar, VTex e WildLife.

Para a elaboração do relatório, o Distrito Dataminer, braço de inteligência de mercado do Distrito — responsável pelos estudos da empresa –, levanta e analisa dados referentes a cada uma das startups e de seus fundadores para, então, traçar perfis e criar estatísticas. Conforme o levantamento, os unicórnios brasileiros já captaram US$ 4,8 bilhões. As fintechs abocanharam US$ 2,027 bilhões desse volume total, dos quais a maior parte (US$ 1,42 bilhão) foi captada pelo Nubank, hoje um decacórnio (valuation acima de US$ 10 bi).

Aportes

O ano de 2021 começou movimentado em deals com fintechs. Em janeiro, foram registrados 12 aportes, que somaram R$ 2,3 bilhões, conforme números apurados pela Finsiders na base de dados da plataforma Sling Hub. A cifra é puxada, claro, pela mega captação de US$ 400 milhões (cerca de R$ 2,2 bilhões) feita pelo Nubank em sua Série G.

Entre os aportes de janeiro, destaca-se a captação de R$ 40 milhões feita pela Edmond, fintech que desenvolve soluções de meio de pagamento para o mercado de energia solar. Em menos de três meses depois de ser fundada, a empresa faturou R$ 60 milhões, segundo o site da Veja. O plano é movimentar R$ 1 bilhão em um ano e meio na venda de equipamentos e em transações com contas digitais.

Outro destaque do mês foi a Série A recebida pela bxblue no valor de R$ 38 milhões, em round liderado pela Igah Ventures (antiga e.Bricks). A rodada foi acompanhada por Iporanga Ventures, FJ Labs e Funders Club. Fundada em 2017, a bxblue é uma fintech de consignado para servidores públicos. Desde o início da operação, a empresa já intermediou mais de R$ 500 milhões em contratos de empréstimo consignado.

Já a STARK, plataforma digital de M&A que conecta investidores a empresas do middle-market, levantou um seed money (valor não revelado) em uma rodada feita pelo pool de fintechs da Bossa Nova Investimentos. O valuation (post-money) foi estimado em R$ 15 milhões.

M&A

Nas operações de M&A, a Ebanx comprou uma fatia minoritária (30%) no banco Topázio, informou o site NeoFeed. A transação ainda depende da aprovação do Banco Central (Bacen) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Até lá, os negócios seguem de forma independente. Sabe-se que o Topázio vem investindo em sua plataforma de banking as a service (BaaS). Uma das parcerias é com o Mercado Pago.

Outros dois deals relevantes em janeiro foram a compra da Vérios pela Easynvest, e a aquisição da Bcredi pela Creditas.

Acesse o estudo do Distrito neste link.