No mantra da diversificação de portfólio, classes de ativos que normalmente não eram acessadas por investidores com bolsos menores, caso de venture capital e private equity, agora começam a chegar a esse público. E quem quer puxar essa corrida do lado do private equity é a gestora carioca DXA Invest, com US$ 200 milhões em AUM (assets under management) e com investidores oriundos de mais de 50 países — 90% dos investidores são estrangeiros.
A reestruturação da empresa começou no início de 2020, e agora a DXA vem se posicionando como uma gestora de private equity fintech, com todo o relacionamento feito de forma digital com os investidores, assim como a captação dos recursos para aportar nas empresas. A ideia é ser uma fintech, e não investir em fintechs, faz questão de enfatizar Oscar Decotelli, CEO da DXA Invest, que até encurtou o sobrenome (Investments) para entrar na era digital.
“No ano passado, começamos a transformar em fintech. Esse é o futuro do private equity.”
O modelo desenhado pela DXA Invest bebe da fonte de plataformas como a americana AngelList e a israelense OurCrowd, diz Decotelli, contando que a própria DXA nasceu há nove anos com uma pegada de “club deal”. “Lá fora, houve mudanças na regulação para negociação secundária de ações privadas, além do Jobs Act, que permitiu às pequenas empresas captar com investidores.”
A gestora já fechou contrato com cerca de 20 multi family offices e gestores de patrimônio, que somados têm algo como 100 mil investidores e AUM de R$ 70 bilhões. Essas casas funcionam como “partners” no modelo da DXA, com a possibilidade dos family offices e alocadores de patrimônio montarem “mini portfolios” para seus clientes dentro da plataforma da DXA. “Estamos com lista de espera, liberando por lotes”, conta Decotelli.
Para este ano, estão previstos entre 7 e 10 investimentos, com maior foco para negócios nos setores de saúde, consumo e logística. Poucas são as empresas de tecnologia, segundo ele. A prioridade é para companhias da economia real. O plano é investir em torno de R$ 150 milhões este ano — somente no primeiro semestre, as captações devem somar entre R$ 50 milhões e R$ 60 milhões.
A plataforma não tem um tíquete mínimo de entrada, mas o primeiro deal nesse modelo digital possibilitou aportes a partir de R$ 500 mil. Agora, a gestora está começando a descer mais ainda a régua, com objetivo de atrair bolsos a partir de R$ 50 mil.
Ao registrar-se, o investidor faz um contrato de carteira administrada em private equity, explica Decotelli. Pelo sistema, é possível definir as teses de investimento que mais interessam e observar como está a composição do portfólio. Até a metade do ano, a ideia é liberar a plataforma para investidores estrangeiros.
Outro projeto em estudo para este ano é o desenvolvimento de uma conta digital, que seria criada em parceria com uma fintech, diz Decotelli, sem abrir detalhes. “Está no roadmap para este ano, depois de liberar a plataforma para investidores estrangeiros.”
Fundada em 2012 por Decotelli, um gestor experiente que foi sócio de casas como GAP Asset Management e Opus Investimentos, a DXA tem sete empresas no portfólio e aposta em pequenas empresas, com no máximo R$ 5 milhões de Ebitda. Entre as investidas está a startup Zee.Dog, de produtos para cães, da qual a gestora fez exit em fevereiro de 2018, com retorno acima de 12 vezes, como me contou Decotelli à época, em matéria para o Valor.
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