Autorizada a operar como Sociedade de Crédito Direto (SCD) no ano passado, a Zipdin quer democratizar o acesso ao crédito. Começou com uma operação de bank as a service e vem evoluindo num portfólio de serviços de crédito para empresas que desejam atuar como fintechs. Para este ano, os planos incluem desenvolver a vertical de pagamentos para se transformar num “full bank as a service”, além de criar novos produtos, como crédito com garantia do FGTS e antecipação de salário. As informações foram dadas à Finsiders por Francisco Carvalho, fundador e CEO da Zipdin.
Carvalho sabe do que fala. Economista de formação, com MBA em finanças, fez carreira no mercado financeiro. Com mais de 25 anos de experiência, trabalhou por mais de 15 na Lecca, financeira carioca fundada por seu pai Luis Eduardo da Costa Carvalho.
A operação com crédito consignado começou, inclusive, na Lecca, que era responsável por originar o crédito. “De 2015 a 2017, a operação de banking as a service evoluiu bem, incluindo administradoras de cartões, varejistas, fintechs. Na operação de consignado, tinha dois problemas: marca Lecca, analógica, e dependia da originação do parceiro. Resolvi a criar a Zipdin, que nasceu em 2018 com recursos próprios”, conta Carvalho.
Para sócio no negócio, Carvalho convidou Carlos Luz, que havia sido diretor de crédito e cobrança na Lecca. Em 2018, a fintech criou um aplicativo de contratação de crédito consignado. No ano seguinte, deu entrada no Banco Central (BC) para se tornar SCD, autorização recebida no início de 2020.
“Na Zipdin, desenvolvemos uma plataforma 100% nova, digital e voltada para bank as a service. Hoje, tenho motor de crédito, front-office, tanto via web quanto aplicativo, com a marca Zipdin e White-label, a emissão da CCB e sistema para manter a gestão da carteira.”
Na operação de consignado privado, a Zipdin soma mais de 250 empresas de médio e grande porte conveniadas, que têm mais de 300 mil funcionários. Na vertical de bank as a service, são cerca de 25 operações atualmente. A fintech desenvolveu uma solução que junta esses dois mundos, com o chamado “consignado as a service”, e agora está construindo uma plataforma de crédito PJ.
“Temos conversas com administradoras de shopping, condomínio e distribuidoras de bebidas, para emprestar para clientes e cadeia de fornecedores.”
Com alta de 35% no faturamento em 2020, a fintech está em conversas com investidores para acelerar o crescimento e a escala do business, diz Carvalho. O objetivo, segundo ele, é ter um full bank as a service, com uma série de serviços agregados para os clientes, como motor de crédito próprio, solução de contratação via web e app, emissão própria de CCB e sistema de gestão de carteira.
“Estamos terminando agora o produto com garantia do FGTS. Queremos entrar na modalidade de antecipação de salário. Estamos desenvolvendo a contratação via WhatsApp – hoje tem contratação via aplicativo e por telefone. Em bank a service, estamos acoplando mais serviços, além de melhorar o que temos. Desenvolvendo plataforma de tesouraria, para lançar Pix no primeiro trimestre”, conta Carvalho.
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