A americana Provenir, especializada em soluções de análise de crédito para o setor financeiro, está desembarcando no Brasil e quer acelerar sua presença na América Latina.
Com clientes em mais de 20 países (entre eles, a fintech sueca Klarna e a plataforma Marcus, do Goldman Sachs) e mais de 100 milhões de transações por ano, a companhia já está negociando os primeiros contratos com empresas brasileiras, conta em entrevista exclusiva à Finsiders Gabriela Herrera, executiva nomeada no ano passado como líder sênior de vendas para a América Latina, sem revelar detalhes.
Formada em administração, Gabriela atua no setor financeiro há mais de 15 anos, com passagem por Itaú Unibanco, onde foi head de personal wealth management, trabalhando de Miami. Antes, foi VP no HSBC, também nos Estados Unidos. Desde 2019 na Provenir — uma empresa de 2004 –, a executiva está liderando a expansão para a América Latina, que começou há dois anos. Também nesse período, a Provenir decidiu expandir para a região Ásia-Pacífico.
“Para a região Latam, a expectativa é triplicar a presença em número de clientes. Estamos triplicando as forças de marketing, branding e awareness.”
A plataforma construída pela Provenir ajuda bancos, fintechs e empresas não financeiras a tomar decisões de maneira mais rápida e inteligente, com uma tecnologia que se conecta e se integra a parceiros de negócios, que fornecem dados alternativos, num modelo semelhante a um marketplace, explica Gabriela.
A chegada ao mercado brasileiro tem explicação: além de ser o maior mercado Latam, o país tem o principal ecossistema de fintechs, um nicho importante para a Provenir. A empresa está em conversas com muitos participantes na região, revela a executiva, sem abrir detalhes ou nomes.
“Sabemos que Brasil concentra 50% dos investimentos em fintechs na região Latam. Tanto é que metade do time Latam da Provenir é brasileiro, e a outra metade fala português e tem conhecimento profundo do país e da cultura.”
Além de mirar fintechs brasileiras, a empresa vem costurando também acordos com clientes de outros países, que querem fazer expansão para o Brasil. Outro alvo são players nacionais que têm aspiração em iniciar um movimento de regionalização, com foco nos demais países da América Latina. “Nossa plataforma tecnológica pode ser adaptada para diferentes regiões”, garante.
Para a executiva, a pandemia da covid-19 — que pressionou governos em todo o mundo a concederem auxílios à população — trouxe milhões de pessoas que estavam à margem do setor financeiro. “São pessoas que começam a ter registro em plataformas bancárias. Mesmo que não tenham produtos de crédito, elas produzem dados que vão poder ser analisados por empresas que querem entender o comportamento do consumidor”, argumenta.
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