Coinbase fecha primeiro dia de negociação com queda de 14%

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(Conteúdo do Portal do Bitcoin) A Coinbase encerrou seu primeiro dia de negociação na Nasdaq, nesta quarta-feira (14), com um preço de ação de US$ 328. Caiu 14% desde a estreia, a US$ 381, mas ainda 31% acima do preço de referência de US$ 250.

A estreia pública da empresa, sob o ticker $COIN, marca um momento importante para o mercado de criptomoedas. Um produto do programa aceleração de startups YCombinator, a Coinbase é agora a maior bolsa de criptomoedas dos EUA, com uma capitalização de mercado de mais de US$ 85 bilhões.

A listagem de hoje é o maior passo do mercado cripto no mainstream. Tesla, Square, PayPal, Morgan Stanley e BlackRock se envolveram em investimentos e produtos relacionados ao bitcoin nos últimos meses, mas a avaliação da Coinbase está destacando as criptomoedas em grande estilo. Para fins de contexto, o Facebook abriu capital com uma avaliação de US$ 104 bilhões, e o Uber foi inicialmente avaliado em cerca de US$ 82 bilhões.

O preço da $COIN também é diferente de outras ações de tecnologia da moda, pois está vinculado ao desempenho do mercado cripto. A Coinbase ganha dinheiro pegando uma parte de cada transação em sua plataforma; quanto mais negociações houver, melhor será o desempenho da bolsa. E quando o bitcoin envia o mercado para cima, como tem feito nos últimos meses, isso tende a significar mais volume para a Coinbase.

Ao invés de um tradicional IPO, a Coinbase optou por uma listagem direta, que elimina a necessidade de emitir novas ações para levantar capital. Especialistas do mercado avaliam que a listagem pode trazer um novo grupo de investidores às criptomoedas, assim como fortalecer outras iniciativas do setor.

“É um dos grandes marcos dos últimos anos para o Bitcoin e a indústria de criptomoedas como um todo”, avaliou Bernardo Teixeira, CEO da corretora brasileira BitcoinTrade. “O IPO abrirá uma excelente oportunidade para investidores institucionais fazerem seu primeiro investimento no mundo de moedas digitais.”

Para o fundador da exchange Foxbit, João Canhada, o desempenho das ações da Coinbase podem ter um impacto direto no preço dos criptoativos nos próximos dias. “O sucesso dela na bolsa pode rapidamente impulsionar o bitcoin rumo aos US$ 100 mil, ao mesmo tempo que se for algo morno, poderia atrapalhar momentaneamente a alta dos últimos dias”.

A reação do mercado às ações em Nasdaq também servirá como um parâmetro para outras empresas do setor que também querem se aventurar na bolsa. “Como fundador de uma corretora de bitcoin, o múltiplo que ela sair na bolsa pode dizer muito sobre o valor do meu negócio”, diz Canhada.

A corretora Kraken e a custodiante Bakkt são algumas das companhias que já sinalizaram o interesse em oferecer ações na bolsa.

A Binance, por outro lado, não compartilha do mesmo anseio. Changpeng Zhao reconhece que a listagem da Coinbase vai abrir caminho para outras empresas do setor, mas diz que o atual modelo do seu negócio já é “sustentável o suficiente” e cresce de forma “saudável e orgânica”.

No Brasil, a exchange Mercado Bitcoin pode em breve seguir o exemplo da empresa americana e entrar na bolsa de valores. Segundo o CEO Reinaldo Rabelo, o movimento da Coinbase é “um passo importante no processo de afirmação do mundo cripto como agente transformador do mercado financeiro”.

“Mais do que isso, mostra a maturidade do ecossistema e dos reguladores, que conseguiram construir um ambiente jurídico forte o suficiente para aumentar a confiança dos investidores, sem necessidade de criação de novas leis”, disse.

A Coinbase foi fundada pelos empresários Brian Armstrong e Fred Ehrsam em meados de 2012 nos Estados Unidos. Ehrsam deixou o projeto em 2017 e hoje Armstrong é o responsável por liderar a corretora mais popular do país, utilizada por 56 milhões de usuários verificados.

Além de se beneficiar diretamente com a valorização das criptomoedas, a empresa também viu o seu ganhos decolarem após o anúncio da listagem na Nasdaq. No primeiro trimestre de 2021, a Coinbase teve um lucro de US$ 800 milhões que supera o rendimento total da corretora em todo 2020.

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Redação: Conteúdos produzidos pela equipe de jornalistas do Finsiders,
além de artigos de executivos do setor

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