No final de semana, as páginas nas redes sociais da Febraban, associação que representa os bancões, e da Zetta – uma das associações que representam fintechs no Brasil – foram palco de mais um capítulo no embate entre os dois grupos de instituições financeiras.
“Aumentou a temperatura na guerra das narrativas”, disse uma fonte.
De um lado, a Zetta – liderada pelo Nubank – postou no seu LinkedIn que “a verdade veradeira” é que as tarifas dos grandes bancos, que reclamam da perda de competitividade, saltam acima da inflação durante a pandemia, enquanto as tarifas das fintechs são mantidas.
“A pesquisa foi feita com os seis maiores bancos: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Banco Itaú, Banco Santander e Safra. O único que não elevou tarifas acima da inflação foi o Safra. Também foi realizada com sete bancos digitais: Nubank, Agi, Neon, Banco Original, Superdigital, Inter e Banco Next. O relatório apontou que os bancos digitais mantiveram os preços”.
Em resposta, a Febraban atacou de textão: “A verdade verdadeira é que as grandes fintechs gostam mesmo é de pagar apenas “meia entrada” e em nada se diferenciam dos bancos. Aliás, só não são bancos para pagar menos impostos, gerar menos empregos, ter poucas obrigações regulatórias e trabalhistas. A Zetta não contou que o Nubank, que tem cara, porte, produtos e até nome de banco, prefere não se dizer banco, mas cobra juros mais altos dos seus clientes do que a média dos cinco ou 10 grandes bancos brasileiros. Segundo o Banco Central, na última semana de agosto a taxa média do juro do cartão rotativo do Nubank era de 291,67% ao ano, MAIOR que a média dos 5 grandes bancos, de 271,68%.” E por aí foi.
O bate boca aconteceu também pelo Twitter.
As reações foram de acaloradas a contemporizadoras.
Teve seguidor fazendo paralelo dessa briga com a que dominou os noticiários há alguns anos, entre taxistas e motoristas de uber.
“As fintechs contribuíram muito e continuam contribuindo para a retomada da economia e em todos os segmentos, não só no crédito, mas também na digitalização e transformação digital de pequenos e médios estabelecimentos comerciais que se viram forçados a adotar os pagamentos eletrônicos, muitas vezes por meio de fintechs, para continuar sobrevivendo com as portas fechadas. Nós da ABFintechs estamos abertos e disponíveis para discutir ideias para que os bancos possam ter a sua tributação reduzida ao patamar das fintechs, mas não o contrário. Aumentar a tributação incidente sobre as atividades das fintechs não contribuirá para a redução do custo dos serviços bancários e de pagamentos na ponta (que no Brasil é bem caro, um dos mais caros do mundo)”, postou Diego Perez, presidente da entidade.
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