O mercado cripto está a todo o vapor. A Transfero, empresa de soluções financeiras baseadas em tecnologia blockchain com sede na Suíça, anuncia nesta quinta-feira (4) a expansão de sua atuação para o varejo no Brasil com o lançamento de uma plataforma para compra e venda de criptoativos.
A empresa, que já conta com cinco anos de atuação no mercado B2B de ativos digitais — com impacto em 250 mil clientes diretos e indiretos –, enxerga que há hoje um ‘gap’ das plataformas para atender principalmente os investidores iniciantes, que enfrentam mais dificuldade de lidar com diferentes mecanismos de transações do que, obviamente, os experientes no mercado de capitais.
O propósito da nova plataforma, portanto, é oferecer uma experiência de uso mais simplificada, com preços competitivos e de forma segura.
Neste primeiro momento, os investidores poderão negociar Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH), Solana (SOL), USDCoin (USDC), USD Tether (USDT), além do BRZ, o stablecoin emitido pela Transfero.
Mas, conforme explica o diretor de produtos e parcerias da Transfero, Safiri Felix, ao Finsiders, a ideia é lançar outros criptoativos com mais frequência, um ou mais por mês se for possível.
“Queremos ser a porta de entrada para mercado de criptoativos globais.”
O grupo é o emissor do BRZ, primeira stablecoin (moeda estável, na tradução literal) brasileira em circulação e a maior no mundo não pareada ao dólar.
Para atrair clientes, a empresa informou que vai oferecer 100 BRZ (o equivalente a mesma quantia em reais) aos primeiros usuários que se cadastrarem na plataforma.
Com a nova solução agregada ao seu portfólio, a expectativa é que, nos próximos meses, a Transfero escale sua plataforma de compra e venda de criptomoedas para a América Latina. O movimento vem em linha com a expansão de seus negócios na região.
Bolo crescendo
Safiri afirma que, neste momento, ele não enxerga uma concorrência acirrada entre as plataformas que oferecem negociações de criptoativos no Brasil. Na sua avaliação, existe um movimento de cooperação para que o segmento ganhe força por aqui.
“Eu diria que é cedo para afirmar quem concorre com quem [no Brasil]”, diz o executivo. “Estamos na fase de ver o bolo crescer, para depois entender como será fatiado”, acrescenta.
De qualquer forma, Safiri avalia que a empresa conta com o diferencial de ter uma atuação global, além de sua sede estar no coração do Crypto Valley, na Suíça, um país de referência no segmento.
O executivo acredita ainda que o Brasil é um mercado com potencial enorme, principalmente com as oportunidades geradas pelo Open Finance.
Grande demais
Como apontam os analistas do Bank of America (BofA), o mercado de ativos digitais é “grande demais para ser ignorado”. No Brasil, o segmento vem ganhando força, impulsionado pelo movimento de busca por ativos de maior risco pelos investidores brasileiros.
Além da corretora mexicana Bitso, recém-chegada ao Brasil, entre os nomes conhecidos no mercado nacional estão o Mercado Bitcoin, BitcoinTrade (comprada este ano pela argentina Ripio), Foxbit, além de fintechs que vêm avançando com soluções de banco digital, caso de Zro Bank e Alter — este último comprado pelo Méliuz, em julho.
O próprio BRZ, da Transfero, se uniu à Solana Foundation recentemente para lançar um fundo que investirá em projetos que utilizam blockchain na América Latina, inclusive no Brasil.
Dados do Distrito mostram, ainda, que o país conta com 90 startups que fornecem soluções de blockchain para o setor financeiro. Elas estão divididas em três subcategorias, conforme o produto ou serviço financeiro que têm como foco: na dianteira, aparecem as startups de câmbio e moeda (51 negócios, ou 28,2% do total). Em seguida, estão as carteiras digitais com 22 companhias (12,2%) e por fim, as de marketplace e crédito P2P, com 17 empresas (9,4% do total).
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