A Dock, empresa de tecnologia para meios de pagamento e digital banking, confirmou hoje a conclusão da aquisição da Cacao, empresa mexicana voltada a soluções em processamento de cartões que, a partir de agora, passa a adotar a marca Dock. A notícia foi antecipada pelo Finsiders no começo de novembro.
O objetivo da operação é expandir a atuação naquele país — onde a empresa desembarcou oficialmente neste ano com a abertura de um escritório –, assim como na América Latina. O valor da transação não foi informado.
“As duas empresas compartilham significativos valores e a missão central de possibilitar que seus clientes democratizem, por meio da tecnologia, o acesso ao sistema financeiro para milhões de pessoas desbancarizadas ou sub-bancarizadas na América Latina”, destaca Antonio Soares, CEO da Dock, por meio de nota.
De acordo com a empresa brasileira, a aquisição traz para a Dock mais de 50 novos clientes, incluindo Albo, Bnext, Lanapay, Oyster, Kapital, Clip, Rapyd, Billpocket, Jefa e Tribal, que serão atendidos, no México e região, com soluções full stack e processamento de cartões desenvolvidos pela Dock. A Cacao emitiu mais de 4 milhões de cartões por meio de suas plataformas.
A aposta da Dock no país se justifica. O México é o segundo maior país da América Latina, com 130 milhões de habitantes e PIB de US$ 1,3 trilhão. Detalhe: mais de 50% dos mexicanos não têm conta bancária, mais de 30% não têm acesso a nenhum produto financeiro e apenas 31% têm acesso a serviços de crédito, conforme cita a a16z, em relatório recente sobre o boom das fintechs na América Latina.
Em movimento
Essa foi a terceira transação feita pela Dock recentemente. No ano passado, ainda como Conductor, a empresa comprou a Muxi, provedora de soluções de adquirência, para crescer neste segmento.
No início de outubro, a Dock fechou a compra da BPP (antiga Brasil Pré-Pagos), instituição de pagamento (IP) especializada em BaaS. Com a conclusão da operação, sujeita à aprovação do Banco Central (BC), a Dock passará a se integrar diretamente ao Sistema Financeiro Nacional (SFN).
Com mais de 160 milhões de contas e mais de US$ 50 bilhões em pagamentos processados anualmente, a Dock oferece em uma só plataforma serviços de emissão de cartões, digital banking, soluções de adquirência, além de soluções de risco e compliance.
Atualmente, atende empresas em diversos segmentos, como varejo, mobilidade, instituições financeiras, startups e fintechs, entre elas, nomes como C6 Bank, Bitz (wallet do Bradesco) e Conta Simples. Com o deal, a carteira crescerá para mais de 200 clientes e parceiros. Já os cerca de 150 colaboradores da BPP se unem à Dock.
A empresa liderada por Antonio também vem reforçando o alto escalão. No fim de outubro, trouxe Leonardo Santos (ex-banQi e Zoop) como CTO, além de Sérgio Gama (ex-IBM) como diretor de ‘tech advocacy’.
Também no mês passado, a companhia trouxe três novos membros independentes para o conselho: Patricia Pomies, COO da Globant; Mark Shifke, CFO da Billtrust; e Sam Schrauger, global head de payments do Airbnb.
No fim de 2020, a Dock (então Conductor) recebeu um aporte adicional de US$ 20 milhões da Temasek, da Cingapura. O cheque se somou à rodada de US$ 150 milhões, liderada pela Viking Global Investors, com participação da Sunley House, afiliada da Advent.
No fim de julho, a empresa foi alvo de uma notícia da Reuters sobre um possível IPO nos Estados Unidos. Na época, a empresa não comentou a informação.
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