A Divibank, fintech de crédito voltada para campanhas de marketing digital, encerra 2021 com aumento de mais de 15x no volume de financiamentos desembolsados em comparação com 2020. O destaque foi para novembro com recorde de contratos firmados. A informação foi antecipada ao Finsiders.
Fundada em março de 2020 em São Paulo pelo colombiano Jaime Taboada (CEO) e pela brasileira Rebecca Fischer (CPO), a fintech oferece uma plataforma de financiamento baseada em dados, usando o modelo de financiamento de ‘revenue share’, em que recebe uma porcentagem da receita futura como forma de pagamento. Isso permite que os empreendedores não assumam dívidas caras como cheque especial ou cartão, ou ainda tenham diluição no equity.
Os resultados — cujos valores não são abertos pela companhia — acompanham a expansão das vendas online no Brasil e a consequente necessidade de investir em campanhas com este formato, principalmente entre as pequenas e médias empresas (PMEs).
Na visão dos fundadores da Divibank, a fintech oferece uma solução de crédito que permite ao empreendedor aproveitar essa boa fase do ecommerce, escalando seus investimentos em marketing digital sem se descapitalizar.
Ela financia, por exemplo, campanhas na plataforma de publicidade digital Criteo. Entre as empresas mais recorrentes em sua base estão Senior Concierge (empresa para cuidado de idosos), SIGE Cloud (de gestão financeira) e Advbox (software jurídico).
Em média, o portfólio da fintech cresce 34% ao mês. Assim, nos últimos seis meses, a receita foi triplicada.
Planos
Para continuar a escalar e superar os números de 2021, Taboada contou, em entrevista ao Finsiders, que, além de reforçar o time – a previsão é alcançar 100 colaboradores ao final e 2022, a partir dos 31 atuais — ideia é lançar, no ano que vem, o software para os clientes fazerem a gestão das campanhas de marketing digital, via APIs com Facebook e Google. Já existe um projeto piloto em andamento.
Nos planos para 2022, também está o lançamento de produtos voltados para as empresas de receita recorrente (revenue-based financing).
Para tanto, o empreendedor afirma que a empresa irá buscar dar início a novas rodadas de investimento.
Ano movimento
Em 2021, a empresa realizou uma série de rounds. A mais recente foi um cheque no valor de R$ 28 milhões junto à Goldfinch — especialista em investimentos baseados em criptomoeda.
Em maio, a fintech havia anunciado outro aporte de US$ 3,6 milhões (R$ 20 milhões na cotação da época), em rodada liderada pelo fundo Better Tomorrow Ventures (BTV), fundo de VC americano especializado em fintechs early-stage. Em março, contou com outro cheque em um seed money da Maya Capital.
A lista de investidores inclui ainda Village Global (fundo apoiado por Bill Gates, Jeff Bezos e Mark Zuckerberg), Clocktower Ventures, Gilgamesh Ventures, Magma Partners, Almuni Ventures e Rally Cap Ventures, bem como mais de 10 investidores anjos que foram fundadores ou executivos de empresas líderes.
Mercado
Para Taboada, há muito espaço para empresa crescer já que a concorrência ainda é pequena, em sua visão.
“Esperava já ter algum outro competidor mais direto no Brasil”, analisa o executivo.
De qualquer forma, neste ano, empresas que também apostaram no financiamento de ações para marketing digital, tiveram sucesso, como é o caso da a55, que captou.
Conforme o site Startups, a fintech de crédito para empresas com revenue-based financing, registrou, somente nos últimos três meses, mais de R$ 30 milhões em originação de crédito para uso em capital de giro, compra de estoque e marketing digital.
Ainda em maio, a empresa tinha captado US$ 35 milhões para financiar as operações de crédito no México, em rodada liderada pela gestora americana Accial Capital.
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