Trace Finance, plataforma de câmbio para startups, capta US$ 4,3 milhões

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A Trace Finance, fintech de operações internacionais com foco em startups, acaba de levantar US$ 4,3 milhões (equivalente a R$ 22,3 milhões no câmbio da última sexta-feira, 11).

A rodada seed foi liderada pela HOF Capital (investidor na Stripe, SpaceX, Klarna, Uber e Niantic) e contou com a participação de 30 fundos e investidores-anjos, entre eles: Circle Ventures; The Chainsmokers por meio de seu fundo Mantis Venture Capital, 2TM (holding controladora do Mercado Bitcoin); Blockfi Ventures e seu CEO Zac Prince; Marcelo Sampaio, da Hashdex; Miguel Fernandez, da Capchase, além de fundadores da Rappi, Coinmarketcap e Quantstamp.

Ao Finsiders, Bernardo Brites, cofundador e CEO da Trace Finance, disse que o cheque será usado para a expansão na América Latina, começando com o Brasil, e para os EUA, criando uma conta bancária no país norte-americano.

A empresa também irá ampliar o quadro de funcionários para 40 pessoas “ou mais”, segundo Bernando. Atualmente são 15 funcionários, mas a empresa começou com seis, em janeiro de 2021.

Hoje, a fintech tem 30 clientes, como The Coffee, Noah, Pomelo, Zippi, CondoConta e Big Bets, com expectativa de alcançar 100 startups neste ano. “É uma meta agressiva, mas queremos já testar a conta com as 100 em nossa base.”

Burocracia

Fundada por Bernardo, Rafael Luz (COO) e Leone Parise (CTO), a Trace Finance oferece serviços B2B, como câmbio de empréstimo de startup, aumento e redução de capital de startups, entre outros. Também atua atendendo empresas de cripto que precisam adquirir ativos e realizar transações fora do país.

Com pouco mais de um ano em atividade, a fintech transacionou mais de R$ 150 milhões, mas Bernardo prefere não apontar quais suas previsões para este ano.

Para ele, embora startups e investidores da América Latina estejam levantando cada vez mais recursos no exterior, há dificuldade em encontrar bons parceiros bancários para recebê-los e enviá-los para suas entidades locais, além de não conseguirem acessar outros produtos bancários, como cartões de crédito.

“Trazer” o dinheiro captado é um processo burocrático, demorado – pode levar em média um mês e meio — e com custos que, segundo o empreendedor, chegam a 4% de taxa (comissão) toda vez que enviam dinheiro para operações locais com bancos americanos.

A Trace Finance foca em resolver esses problemas automatizando o processo de integração, por meio de APIs que se conectam com mais de 20 bancos. A empresa afirma que consegue reduzir de 4% para 0,2% de comissão, além da otimização no tempo de transação, podendo chegar em no máximo dois dias.

Mercado competitivo

Bernardo reconhece que esse mercado no Brasil seja “agressivo”, mas como acredita que as startups vão continuar a captar com investidores internacionais, há espaço para todos.

Entre grandes nomes neste segmento está a Remessa Online, comprada recentemente pelo Ebanx. Em 2020, eles lançaram um produto justamente para facilitar esses recebimentos das startups.