BS2 amplia portfólio para atender empresas exportadoras

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Fernando Barbosa, para o Finsiders
Desde o ano passado, o banco digital BS2 deixou de lado o mercado de pessoas físicas para concentrar os esforços nas empresas, com foco em pequenas e médias empresas (PMEs). Além da chegada do CEO Marcos Magalhães (um executivo tarimbado ex-Itaú) no ano passado, a instituição comprou a fintech de antecipação de recebíveis Weel e, de lá pra cá, vem ampliando o portfólio de produtos e serviços.

Agora, o BS2 dá mais um passo para diversificar o sortimento ao trazer ao mercado seus primeiros produtos destinados à exportação. O banco está lançando duas modalidades de crédito na área: Nota de Crédito à Exportação (NCE) e da Cédula de Crédito à Exportação (CCE). A notícia foi antecipada com exclusividade ao Finsiders.

Basicamente, a NCE, mais conhecida no mercado, aceita garantia de aval. Por outro lado, a CCE depende de garantias reais, como duplicatas ou aplicações financeiras como CDBs. Entre as vantagens oferecidas para os exportadores ou sua cadeia de fornecedores, está o fato de que o funding para a CCE é oferecido em reais, o que protege o empresário da variação do câmbio — algo ainda mais importante em tempos de instabilidade. O outro benefício é a isenção de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

Segundo a head de produtos de crédito do BS2, Regina Sima, o banco tem força entre companhias com faturamento entre R$ 50 milhões a R$ 300 milhões/ano. Portanto, o movimento vai na direção de focar em PMEs com receita anual a partir de R$ 4,8 milhões até R$ 50 milhões.

“Os exportadores têm várias oportunidades, como a NCE e CCE. Já o fornecedor menor, pelo fato do tíquete ser mais baixo, ele acaba não tendo acesso a essas linhas. Como os recursos podem ser tomados em reais, é possível fazer operações menores para atender um público que não é, necessariamente, formado por grandes empresas”, afirma Regina, em entrevista ao Finsiders.

Para ser elegível, a empresa deve ser exportadora, fornecedora de um exportador, ou, ainda, comercializar maquinários que serão utilizados para produzir um bem destinado a outros países. Como exemplo de bens, além de máquinas na indústria, o crédito pode ser oferecido a exportadoras de grãos. Do lado dos serviços, é possível atender negócios de engenharia especializados na oferta de plantas para construção no exterior.

A instituição financeira não abre o volume de crédito esperado nas novas modalidades, tampouco quais taxas serão cobradas nas operações ou o teto que uma companhia poderá pegar emprestado. Segundo Regina, a quantia máxima pode chegar ao total do volume exportado, a depender da análise de crédito. O BS2 verifica se o cliente tem dívidas com outras operações financeiras.

“Isso acaba facilitando para empresas menores que não estão acostumadas com o risco. É uma linha que é para embarque, porque vai ajudar o exportador a produzir o que ele vai exportar”, diz Regina. O dinheiro pode ser utilizado para capital de giro em operações de curto prazo, como 180 dias, por exemplo.