Dario Palhares
O Linker vem ganhando gás sob o guarda-chuva da plataforma de ERP Omie, que assumiu o seu controle em novembro último. Voltada a pessoas jurídicas (PJs) de menor porte, a fintech paulista acaba de dar o pontapé inicial em um amplo programa de expansão de seu cardápio, até há pouco centrado em contas digitais, com opções de cobrança e pagamento, e cartões de crédito digitais e físicos. Em 23 de agosto, de uma tacada só, a startup lançou três novidades: planos de assinaturas, um serviço de emissão de notas fiscais diretamente de seu portal e o open finance.
“O projeto começou a ser elaborado há seis meses. A ideia era oferecer serviços ainda mais alinhados com as demandas de nossos públicos-alvo: empresas com receitas na faixa de R$ 100 mil a R$ 10 milhões anuais, e autônomos e profissionais liberais, que respondem por dois terços dos 40 mil clientes”, diz o CEO e fundador David Mourão, que permanece à frente da operação, criada em 2019, ao lado de dois seus dois parceiros originais, Ingrid Barth e Daniel Benevides.
“A proposta é agregar o transacional com a gestão financeira dos clientes no mesmo ambiente”, diz Mourão. “O plano Multi, por exemplo, permite o acesso aos dados bancários gerais às equipes da área financeira e aos contadores das empresas, permitindo uma melhor gestão dos recursos.”
A ampliação da grade de produtos e serviços terá sequência nos próximos meses. Além de aperfeiçoamentos no menu já disponível, o Linker planeja, até o fim do ano, ofertar linhas de financiamento e terminais POS, as famosas maquininhas – as duas principais demandas da sua clientela. A intenção, adianta Mourão, é abrir a torneira do crédito aos poucos, com parcimônia.
“Ainda estamos desenvolvendo o modelo de concessão de crédito, que levará em conta, entre outros indicadores dos clientes, o tempo de relacionamento, principais fornecedores, serviços mais utilizados etc.”, diz ele, que planeja manter. “A meta, com todas essas inovações, é agregar R$ 200 milhões de receitas anuais até o início de 2026, mantendo o padrão de atendimento, que é motivo de orgulho. Nossa nota no Reclame Aqui, 8,8, é das mais elevadas no setor financeiro.”
A venda do “peixes” da casa também ganhará escala, com o apoio da controladora. Além de campanhas de marketing e nas mídias sociais, a fintech já programa reforços em sua estratégia comercial, cujo principal executor é um grupo de cem firmas de contabilidade, que indicam o Linker aos usuários. “Vamos nos valer da rede da Omie, que tem mais de 20 mil contadores. Eles já estão divulgando o Linker para os seus clientes, mas vamos intensificar esse trabalho.”
Três opções
A influência da Omie nos lançamentos do Linker é flagrante. Tal e qual a sua controladora, a fintech conta com três opções de assinaturas: Go, que demanda pagamentos só pelos serviços utilizados; One e Multi, ambas com mensalidades.
Exclusiva para microempreendedores individuais (MEIs) e empresários individuais (Eis), a One oferece, para um único usuário, transferências e cobranças (por boleto e por QR Code pelo Pix) gratuitas, com direito ao envio de avisos aos devedores, emissão de notas fiscais – recurso disponível no portal da Omie desde meados da última década –, e passará a contar, em breve, com buscadores de boletos emitidos para o CNPJ do cliente e de guias de pagamento de DAS-MEI.
No topo da pirâmide, o plano Multi, que está disponível para degustações gratuitas por prazos de até 30 dias, proporciona tudo isso e ainda garante acesso ao open finance e a cartões de crédito virtuais e físicos para vários usuários.