A iugu, fintech com foco em cobrança, recorrência e split de pagamentos, anunciou hoje (12) a compra da marca e parte relevante da carteira de clientes da Juno no Brasil, companhia que oferece soluções de pagamento para pequenas empresas na internet e foi comprada há cerca de um ano pelo Ebanx.
Com a aquisição, feita com capital próprio e cujo valor não foi revelado, a iugu diz aumentar sua receita em 50% e reforça o posicionamento e a estratégia de crescimento.
A fintech — que faz a gestão de cerca de 45 mil contas ativas — não abre o tamanho da “fatia relevante” que foi adquirida da Juno. Criada em 2014 em Curitiba (PR), a Juno afirma em seu site ter mais de 35 mil clientes ativos e já processou mais de R$ 13 bilhões.
Em nota, as companhias informam que a transação é de natureza meramente comercial. Portanto, a licença regulatória de instituição de pagamentos (IP) da Juno, rebatizada como Ebanx IP após a aquisição pelo Ebanx, continua sendo parte da empresa curitibana.
O anúncio da operação ocorre quase três meses depois que o Ebanx divulgou uma redução de cerca de 20% do seu quadro de funcionários e informou que daria foco ao seu core business, ou seja, os pagamentos internacionais.
Na ocasião, a companhia não informou quais projetos seriam descontinuados, mas o portal de notícias Startups apurou que a Juno seria um dos ativos à venda.
Para a iugu, a transação com a Juno acelera o plano de crescimento da empresa, aumentando de forma significativa a capacidade de geração de caixa da operação. “As projeções indicam uma movimentação de R$ 35 bilhões de volume total de transações processadas (TPV) por ano a partir de 2023”, diz Patrick Negri, fundador e controlador da fintech, em nota.
No primeiro semestre deste ano, a iugu mais do que dobrou a receita líquida em comparação com igual intervalo de 2021. “Abraçar essa carteira de clientes nos coloca mais próximos de uma posição de liderança no mercado”, afirma Patrick.
Os clientes da Juno não sofrerão qualquer impacto durante o período de transição da marca, informa a iugu. As empresas estão sendo notificadas e poderão optar pela transição da plataforma, que será realizada de maneira gradual, diz a nota.
“A plataforma flexível e os produtos complementares da iugu trarão ainda mais valor para os clientes da Juno”, comenta Renato Ribeiro, CEO da iugu, no texto.
O objetivo, segundo as empresas, é manter a experiência em um processo semelhante ao da portabilidade de outros setores, seguindo todos os processos normativos de encerramento e abertura de contas previstos na regulação vigente estabelecida pelo Banco Central (BC).
Fundada em 2012, a iugu registrou no ano passado um TPV de R$ 6,3 bilhões, alta de 17% em relação a 2020. A receita líquida ficou em R$ 61 milhões, crescimento de 30% ante 2020.
Hoje, a fintech atende mais de 50 mil clientes incluindo desenvolvedores de software, clubes de assinatura, gestoras de condomínio, escolas, empresas de contabilidade, academias, e-commerces e ERPs.
Desde o início do negócio, a iugu levantou três rodadas de captação. A última, anunciada em setembro de 2020, foi um cheque de R$ 120 milhões liderado pelo Goldman Sachs Merchant Banking, braço de private equity do banco de investimentos norte-americano.
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