A BHub, startup que oferece uma solução de backoffice as a service, acaba de levantar cerca de R$ 40 milhões em uma extensão da rodada Série A, de R$ 116 milhões, anunciada no fim do ano passado.
O novo cheque foi liderado pela gestora Moore Capital e teve participação de Endeavor Scale-up Ventures, sócios do DST, Norte e BFF Ventures, além dos investidores atuais Monashees, Valor Capital Group, Picus Capital, QED Investors, ClocktowerVC, assim como fundadores de unicórnios como iFood, Rappi, Olist e VTEX.
Com o novo aporte, a fintech chega a R$ 180 milhões recebidos pouco mais de um ano após sua fundação pelo empreendedor Jorge Vargas Neto (ex-Biva, Zen Finance e RappiBank). Do total captado, a empresa utilizou menos de R$ 20 milhões até agora, segundo Jorge.
“Com todo o reajuste que estamos vendo no mercado de Venture Capital, a extensão da nossa rodada em valuation 50% maior que nossa Série A reafirma a posição da BHub como líder de mercado”, afirma Jorge, em nota.
Fundada em junho do ano passado por ele, Fernando Ricco, Vanessa Muglia e Marcelio Leal, a BHub busca ser o “braço direito” dos empreendedores, oferecendo planos de gestão por assinatura mensal que incluem serviços como gestão de contas a pagar e receber, folha de pagamento e benefícios, contabilidade, departamento financeiro e jurídico.
A ideia é que as startups deem foco ao core business, enquanto a BHub cuida do backoffice. “Neste cenário de escassez de capital, a procura por nossos serviços tem crescido muito, pois os empreendedores estão buscando meios de economizar e estender o runway de suas empresas”, comenta Jorge.
A fintech diz que seus serviços — que aliam tecnologia, especialistas em gestão, finanças, contabilidade e atendimento — permitem um custo 14x menor do que ter departamentos internos, o que resulta numa economia média de R$ 20 mil/mês, podendo chegar a R$ 40 mil/mês. Há o caso de um cliente, por exemplo, que afirmou ter economizado mais de R$ 1 milhão no ano após uma revisão de seu regime tributário.
Em pouco mais de um ano de existência, a BHub já atendeu mais de 400 empresas e planeja chegar a 700 até o fim deste ano. Na equipe, conta com cerca de 150 funcionários. Hoje, a fintech opera no Brasil, mas há um plano de expansão para outros países da América Latina,
Os recursos que acabam entrar na conta serão direcionados à expansão dos serviços prestados, incluindo o que a BHub chama de “plataforma de visibilidade financeira” para empreendedores do Brasil, o Hub do Empreendedor.
Segundo a companhia, trata-se de uma solução gratuita que entrega um dashboard conectado à conta bancária da empresa e ERPs, oferecendo acesso a gráficos e indicadores financeiros, como burn rate e runway, que, muitas vezes, não estão claros para quem gere um negócio.
A solução ajuda o empreendedor a monitorar em tempo real – ou seja, o painel é atualizado automaticamente à medida que as contas são movimentadas –, entregando visibilidade à saúde financeira da empresa.
“Queremos ajudar os empreendedores a crescerem suas empresas ao mesmo tempo que economizam recursos. O Hub do Empreendedor é nossa contribuição ao ecossistema neste momento desafiador.”
Mercado
Com o avanço do ecossistema de startups na América Latina, nasceram soluções de outras startups para endereçar algumas dores dos empreendedores na região, assim como grandes bancos como BTG, Itaú e Genial criaram áreas dedicadas a esse segmento.
Além da BHub, há players como a Kamino, que lançou hoje sua conta digital com cartão corporativo. Ou ainda a Trace Finance, que acabou de bater R$ 1,5 bilhão em transações em sua plataforma de câmbio e recentemente inaugurou um hub de serviços para startups, conforme mostrou o Finsiders em primeira mão.
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