A Solfácil está se juntando à lista das startups que não passaram imune à onda dos layoffs. A fintech de energia solar acaba de fazer uma demissão em massa. Uma planilha que está circulando na internet já reúne aproximadamente 60 nomes, com profissionais de áreas como produto, desenvolvimento e design, entre outras.
Ao Finsiders, a empresa confirmou os cortes e disse que eles corresponderam a 11% da folha. A página no LinkedIn do site Layoffs Brasil chegou a publicar 150 desligamentos, o equivalente a 25% do quadro. O número também foi citado por alguns funcionários demitidos, ouvido pelo portal em caráter de anonimato. A companhia nega a informação.
Eficiência operacional
Os cortes ocorrem pouco mais de quatro meses depois que a empresa anunciou uma extensão da sua rodada Série C, levantando US$ 30 milhões (R$ 157 milhões, no câmbio da época).
Na época, o fundador e CEO, Fabio Carrara, contou que a projeção era aumentar em 5x o faturamento em 2022, contra o ano anterior. “Em teoria, esse capital nos leva à sustentabilidade sem precisar de uma nova rodada. Mas sempre estamos olhando oportunidades”, afirmou o empreendedor.
Em nota enviada ao Finsiders, a Solfácil diz que revisou sua organização para “melhor atender as estratégias e os objetivos”. Em 2023, a fintech dará foco para eficiência operacional e investimento em áreas estratégicas.
Cenário
A Solfácil engrossa uma lista cada vez maior de fintechs e empresas de tecnologia que estão diminuindo seus quadros de funcionários para enfrentar o cenário macroeconômico adverso. No mês passado, por exemplo, a PagSeguro demitiu cerca de 500 pessoas.
Dias antes foi a vez da insurtech Pier anunciar o corte de 111 profissionais, o que significou aproximadamente 39% da equipe. E a fintech para universitários Partyou demitiu cerca de 30 pessoas.
De acordo com o site Layoffs Brasil, a quantidade total de desligados por startups e empresas de tecnologia no Brasil já se aproxima de 60 mil pessoas nos últimos 12 meses.
A tendência é global. Lá fora, grandes players como Amazon, Salesforce, Coinbase, PayPal, entre outros, também estão fazendo demissões em massa, num movimento que parece não ter uma data para acabar.
Veja a nota da Solfácil na íntegra:
Em 2022, a Solfácil se consolidou como ecossistema, ampliando sua oferta de produtos e serviços para os integradores, alcançando assim um crescimento acima da média do mercado.
Após dois anos de crescimento acelerado, pautado pelo lançamento de novos produtos e serviços, em 2023 iremos focar em eficiência operacional, e no investimento em áreas estratégicas da companhia. Como resultado desse momento, revisamos a nossa organização para melhor atender as nossas estratégias e objetivos.
Para minimizar o efeito dessa movimentação na vida dos colaboradores, a empresa irá oferecer um pacote especial de benefícios.
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