Nubank entra em consignado, com foco inicial em servidores federais

Segundo destacou o Nubank em nota à imprensa, a previsão é que os testes com consignado ocorram durante o primeiro semestre

Em um momento em que os bancos olham com atenção para o aumento da inadimplência, o Nubank anunciou nesta terça-feira a ampliação dos testes para a oferta de empréstimo consignado, um mercado que já estava na mira do banco digital há alguns meses, conforme declarações do fundador e CEO global, David Vélez.

Nesta primeira fase, o crédito consignado será oferecido para servidores públicos federais que são clientes do banco digital no Brasil. A previsão é que os testes ocorram durante o primeiro semestre. Depois, existe a possibilidade de ampliar a oferta do produto entre esse público.

Nessa modalidade de consignação, o valor da parcela do empréstimo contratado o custo efetivo total (CET) é deduzido diretamente da folha de pagamento dos servidores. Segundo o Nubank, as taxas serão personalizadas, variando de acordo com o perfil dos usuários e os resultados dos testes.

Conforme diz Livia Chanes, líder das operações do Nubank no Brasil, o objetivo da fintech é melhorar a experiência de contratação do consignado, um produto tradicional e com processos burocráticos. “Estamos dando o primeiro passo para transformar o mercado de consignação e facilitar a vida do cliente, desde a consideração pelo empréstimo, passando pelo gerenciamento dele, até a quitação das parcelas”, afirmou ela, em nota.

Contexto

Nos últimos meses, o Nubank vem incrementando seu portfólio de produtos de crédito, com ou sem colateral. Em novembro, por exemplo, o banco digital lançou uma modalidade em que a garantia vem de aplicações de clientes elegíveis, com a função “Resgate planejado” no app.

Vale lembrar, ainda, que desde 2021 o Nubank também tem uma parceria com a Creditas, fintech de crédito com garantia, para a oferta de empréstimo com carro como colateral.

No caso do consignado público, a ofensiva do Nubank é justificável. Com saldo de R$ 324,6 bilhões em janeiro, a modalidade responde por mais da metade do estoque de crédito pessoal consignado no país, de acordo com dados do Banco Central (BC). A linha também possui baixíssima inadimplência, beirando a casa dos 2%.

Não à toa, outras fintechs também miram o segmento. No mês passado, o PicPay resolveu entrar na briga com a aquisição de 100% da BX Blue, marketplace online de crédito consignado para servidores públicos, aposentados e pensionistas do INSS. Há, ainda, players como iCred, MeuTudo e Capital Consig — essa última recebeu investimento do Goldman Sachs em 2021.

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