Aportes em fintechs brasileiras caem 70% em abril

No mundo, o volume aportado em fintechs também teve um recuo de 70%, conforme dados do banco norte-americano FT Partners

O investimento em fintechs brasileiras foi de US$ 40 milhões em abril, uma queda de 70% em relação aos US$ 132,2 milhões apurados em igual período do ano passado. Os dados são da plataforma de inteligência de dados Sling Hub e foram publicados pelo portal parceiro Fintechs Brasil.

A fintech brasileira que recebeu o maior aporte no mês, conforme o levantamento, foi a Z1 (US$ 10,7 milhões), que oferece conta digital para adolescentes, seguida das fintechs de crédito EmpreX (US$ 2,2 milhões), FinanZero (US$ 1,5 milhões) e a da novata Elloy, um banco digital para expatriados brasileiros no exterior que levantou US$ 1,2 milhão com investidores-anjos.

As contas da Sling incluem fintechs que levantaram recursos em renda fixa, como a Elleve (US$ 19,7 milhões), de crédito estudantil, e a Scalable (US$ 3,9 milhões). No total, considerando os aportes de capital, os empréstimos e os valores não divulgados, a lista tem 12 fintechs.

Fonte: Sling Hub

Na América Latina como um todo, os aportes em fintechs caíram 31% ano contra ano. Em abril último, as startups do setor na região levantaram US$ 224 milhões, contra US$ 325 milhões no mesmo mês de 2022.

“O fechamento de abril traz as primeiras pistas do que reserva o segundo trimestre de 2023”, afirmou João Ventura, fundador e CEO da Sling Hub, no relatório. Para ele, “a realidade do mercado mudou e vivemos tempos de menor abundância, mas bons negócios seguem (e seguirão) acontecendo”.

Startups

Em abril, as startups latinas captaram, ao todo, US$ 436 milhões, o que representa o segundo melhor resultado desde janeiro. Ainda assim, o volume captado ficou 48% abaixo em relação às cifras de abril do ano passado. A queda foi ainda mais acentuada entre startups brasileiras, que levantaram US$ 110 milhões, um tombo de 71% na mesma base de comparação.

Outro levantamento feito pelo Distrito mostra uma fotografia semelhante. De acordo com os dados da plataforma, os fundos de venture capital investiram US$ 112,7 milhões em startups em 33 rodadas ao longo de abril, sendo o melhor mês do ano para o segmento, atrás apenas de janeiro.

Apesar da melhora, sobretudo em relação a março, o volume de capital não foi maior por conta do ‘late stage’, que ainda encontra dificuldade para se financiar. “Os cheques grandes que costumamos ver no ‘late stage’ ainda devem demorar um pouco mais para voltar a aparecer, principalmente no mesmo ritmo que tivemos em anos anteriores”, disse Gustavo Gierun, cofundador e CEO do Distrito, em nota.

E no mundo?

A situação também não é das melhores se levarmos em consideração deals ao redor do mundo. Segundo dados do banco de investimentos norte-americano FT Partners, o volume aportado em fintechs globalmente foi de US$ 2,9 bilhões em abril, o que significa um recuo de 70% ante igual período de 2022.

Em 2023, o melhor mês até então foi março, quando as fintechs mundo afora receberam US$ 11,8 bilhões, um resultado puxado pelos US$ 6,5 bilhões captados pela Stripe, em um down round que avaliou a empresa norte-americana em US$ 50 bilhões.

No consolidado do ano, até abril, as fintechs levantaram US$ 20,6 bilhões, queda de 55% em relação ao montante captado no mesmo intervalo de 2022, conforme as contas do FT Partners.

*Com informações do portal Fintechs Brasil.

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