Apesar do potencial de transformação no setor financeiro, o Open Finance ainda tem um longo percurso para, de fato, mostrar a que veio. Pelo menos é o que indica uma pesquisa recém-lançada pela consultoria Capgemini Brasil.
Conforme o levantamento, o índice de maturidade das empresas envolvidas no ecossistema é de 6,43. No caso dos consumidores pessoas físicas (bancarizadas), o resultado é ainda menor — 5,34.
Entre as companhias, mais da metade (53%) afirma ter metas para os impactos do Open Finance e 70% delas dedicam times ou pessoas para temas relacionados ao sistema financeiro aberto. Além disso, 26% já rentabilizam com as soluções lançadas a partir do Open Banking e 37% das companhias usam dados na gestão da sua base de usuários.
Entre as pessoas entrevistadas, 67% já ouviram falar de Open Banking e, 65%, de Open Finance — uma parcela bem inferior, de 24%, nunca ouviu sobre os dois conceitos (é Open bar?). Outros pontos importantes, passam, ainda, pelo fato de 78% dizerem que costumam realizar pagamentos via aplicativos e, 18%, por meio do internet banking ou site.
No total, 37% dos respondentes na pesquisa dizem que já autorizou um banco ou carteira digital a acessar suas informações em outras instituições financeiras nas quais têm relacionamento. A principal das motivações é o acesso à cartões de crédito com benefícios diferenciados.
Depois, surgem o acesso a cartões de crédito com limite maior, a possibilidade de consultar e aumentar score de crédito, mais facilidade para pagamentos e mais facilidade para executar a gestão financeira.
Open Finance pode ajudar na hiperpersonalização
Segundo David Cortada, vice-presidente do Centro de Excelência para Bancos da Capgemini Brasil, a pesquisa mostra que os produtos de crédito têm uma das principais oportunidades de monetização, seguido pela melhoria na experiência de pagamento e investimentos.
“O estudo indica que, apesar de ainda estar relativamente afastado dos núcleos de negócios, o Open Finance demonstra um enorme potencial para hiperpersonalização e principalidade do cliente, contribuindo para a geração de novos produtos e serviços diferenciados com oportunidades de novas fontes de receita.”
Na visão de Jamile Leão, líder para soluções de Open Finance da Capgemini Brasil, a primeira edição do índice de maturidade “proporcionará mais clareza aos players do mercado e indicará caminhos e oportunidades relevantes para a evolução de Open Finance no país.”
Elaborada entre junho e maio, a pesquisa ouviu 205 empresas dos setores de serviços, indústria, varejo e atacado e 882 consumidores finais — todos bancarizados. Além disso, contou com análise de um comitê composto por 16 executivos de incumbentes, neobanks, fintechs e varejistas, bem como especialistas da indústria e da academia.
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