Para a Red Hat, empresa líder global no fornecimento de soluções empresariais open source, a nova realidade do sistema financeiro integrado em escala global vai exigir que companhias do setor, como fintechs, neobanks e mesmo bancos tradicionais, estejam cada vez mais capacitadas do ponto de vista tecnológico para lidar com os concorrentes e seus usuários.
“Agora, existe a possibilidade de trazer novos produtos em questão de semanas, talvez em meses, no pior dos casos. Para grandes bancos, era comum que o desenvolvimento de soluções levasse entre seis meses e um ano. A resiliência e a habilidade de ajustar frequentemente o negócio é primordial para as empresas”, afirma Richard Harmon, head global de serviços financeiros da companhia.
Em conversa com o Finsiders durante o Febraban Tech 2023, Richard e o presidente da Red Hat Brasil e gerente regional de Vendas Enterprise para a Red Hat América Latina, Gilson Magalhães, falam das novidades da empresa, das necessidades dos clientes no universo digital e em como desenvolver soluções que possam de fato fazer a diferença no dia a dia do negócio. Confira a entrevista completa com os dois executivos abaixo:
Finsiders: Quais as novidades da Red Hat no Febraban Tech deste ano?
Richard Harmon: Na história da Red Hat, o primeiro pilar é open source. O nosso foco são os serviços financeiros. A transformação da indústria dos serviços bancários e financeiros está acontecendo de forma global. Na América Latina, isso tem se dado de maneira muito acelerada. No Brasil, temos o Pix, criado pelo Banco Central, um sistema de pagamentos instantâneos que exemplifica o que é possível fazer em escala no mundo todo.
A outra coisa é que estamos realmente focados no fornecimento de arquitetura de nuvem híbrida. Não apenas para os serviços financeiros, mas diversas indústrias buscam oferecer vantagens tecnológicas para seus clientes. É algo estratégico para várias empresas, sobretudo para as financeiras.
Uma das nossas forças, seja quanto a pagamentos, questões ligadas ao Banco Central ou outros tipos de sistemas, é a resiliência. Mas, para assegurar resiliência, é necessário trabalhar com automação.
E como a nova realidade das transações digitais muda a dinâmica das empresas?
Gilson Magalhães: Um dos importantes aspectos que está em curso no mercado é justamente o fato de que tudo que acontece no mundo é de forma digital. E a nossa concepção sobre como transacionar passa pelo uso do dinheiro. A utilização do dinheiro físico não é uma tendência para o futuro, mas ocorre agora. Tudo precisa ser implementado de forma digital, visto que é mais fácil e seguro.
Considerando esses aspectos, os serviços financeiros têm uma importante tarefa de modernizar a indústria para acelerar e escalar os negócios. Então, eles podem de fato ser uma opção para a população usar o digital com confiança e custos reduzidos.
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Mas há entraves no caminho, certo?
Gilson: Claro. No futuro, muitas pessoas estarão inseridas no sistema financeiro, o que representa um desafio. Hoje, há muita informação disponível sobre novos clientes. É uma chance para as empresas usarem os dados para criar novas ofertas e expandir o alcance do seu portfólio.
Para crescer em várias direções, é necessário substituir o dinheiro físico para permitir que várias pessoas estejam conectadas, e isso requer uma infraestrutura robusta. Os players antigos do mercado estão tentando manter as suas posições, mas muitas tecnologias recentes serão necessárias para avançar. E o cloud é uma das respostas para isso.
Eles precisam mudar a forma como estão fazendo os negócios, com o uso de datacenters, para algo que seja escalável com capacidade de encarar esses desafios. O open source de nossos produtos é a melhor forma de transitar de uma infraestrutura para outra para que possa oferecer soluções para os novos clientes e, baseado nos dados de todos eles, criar novas soluções e ofertas.
Como as ferramentas da Red Hat podem trazer soluções concretas?
Richard: A aceleração do mundo digital e a mudança dos legados das plataformas, para outras com arquiteturas mais modernas, permitem que as instituições tenham mais agilidade. Esse movimento traz potencial de inovação. Entretanto, é preciso fazer isso de uma forma que se possa modernizar os sistemas e aplicações e as próprias estruturas que, na prática, são mais difíceis de modificar.
No Banco Galícia, um dos maiores bancos comerciais da Argentina, com cerca de 150 mil empresas e mais de 3 milhões de clientes, a nossa tecnologia foi utilizada para construir uma plataforma baseada em inteligência artificial (IA) que melhora a análise e o processamento de dados, reduzindo a verificação para novos clientes corporativos.
Dessa forma, eles conseguiram reduzir o tempo para o onboarding dos novos usuários. O que antes levava 20 dias, agora é possível fazer em questão de horas e minutos. Basicamente, nossa tecnologia faz a leitura do contrato social e automatiza todo esse com o auxílio da IA. Além disso, como há uma padronização do contrato social, é muito mais seguro do ponto de vista de compliance.
Pode falar sobre as atualizações no Red Hat Enterprise Linux (RHEL)?
Richard: Toda grande instituição tem o seu sistema funcionando em Linux. Nós temos a maior parcela de mercado e 30 anos de experiência no setor para contar com uma plataforma que seja altamente resiliente.
Na nossa estrutura, estão organizações governamentais e plataformas espaciais que rodam em Linux. Neste momento, temos a habilidade de funcionar com mainframes em diferentes versões do Linux e, também, na nuvem híbrida.
O que faz a Red Hat realmente única é o tipo de capacidade que ajuda os nossos clientes a entender a ideia de atuar em uma plataforma open source. Não é algo desenvolvido por uma única companhia, mas sim por uma comunidade global com instituições como Intel e General Motors e inúmeros bancos que contribuem para ter uma característica específica ou corrigir um aspecto indesejado.
Isso traz diversos benefícios, como um ambiente muito mais seguro. Uma vez que você tem milhões de usuários, há centenas milhares de apoiadores fornecendo suporte ao nosso projeto.
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