Em parceria com FitBank, Marqeta chega ao Brasil

O FitBank vai prover a tecnologia bancária e os serviços financeiros em solo brasileiro, enquanto a Marqeta vai processar os cartões Visa

A Marqeta, empresa norte-americana emissora de cartões e fornecedora de infraestrutura de pagamentos, está entrando no Brasil por meio de uma parceria com a brasileira FitBank, que se posiciona como uma infratech banking. Pelo acordo, o FitBank vai prover a tecnologia bancária e os serviços financeiros em solo local, enquanto a Marqeta vai processar os cartões com a bandeira Visa a serem emitidos pelo player brasileiro.

A Marqeta é uma companhia listada na Nasdaq, a bolsa de tecnologia dos Estados Unidos, e tem presença em mais de 40 países. No ano passado, processou mais de US$ 160 bilhões em pagamentos. Hoje, atende nomes como Uber, J. P. Morgan, Klarna, Square e DoorDash.

“Estamos entusiasmados em anunciar nosso lançamento no Brasil, aproveitando a nossa escala global e nossa forte parceria para levar a plataforma Marqeta a um dos mercados mais empolgantes do mundo”, afirma Todd Pollack, chief revenue officer da Marqeta, em comunicado.

Já o FitBank conseguiu se consolidar nos mercados de banking as a service (BaaS) e core banking, ampliando inclusive sua atuação nos últimos anos para outros segmentos, como o crédito. Por isso, há um ganha-ganha para as duas partes, garante o CEO do FitBank, Otavio Farah.

“Junto com a parceria, conseguimos trazer não apenas a Visa, que é bastante relevante, mas também uma processadora que coloca a gente um outro patamar”, diz Otavio, em entrevista exclusiva ao Finsiders. “Somos focados em conta e nos múltiplos meios de pagamento. O mundo do cartão é enorme. Não tem porque desenvolver tudo. É possível nos associarmos com as melhores ferramentas disponíveis.”

O diretor de expansão do FitBank, Herbert Moller, diz que o movimento também é importante porque a companhia norte-americana possui operações em mercados que operam com dólar e euro, o que pode facilitar um avanço da infratech no futuro. Além disso, a fintech está de olho no FedNow, o sistema de pagamentos instantâneos que está prestes a ser lançado nos EUA.

Expansão

Atualmente, porém, o FitBank está voltado para a América Latina. A empresa, aliás, está iniciando um projeto piloto na Guatemala e no México, em que os sistemas em nuvem foram adaptados para os dois países. Em uma primeira etapa, a ideia é primeiro oferecer infraestrutura, para depois colocar à disposição dos clientes suas ferramentas de crédito. A estimativa é ter clientes e receita nos dois países já no segundo semestre, revela Otavio.

Otavio Farah, CEO e cofundador do FitBank. Foto: Divulgação
Otavio Farah, CEO e cofundador do FitBank. Foto: Divulgação

Nos últimos anos, a fintech aproveitou a iniciativa de diversos players não-financeiros de fornecer produtos de banking, como conta digital e cartões de crédito. Hoje, dispõe de um amplo leque de serviços para o B2B2C, o que inclui a possibilidade de conexões com APIs, para e-commerces e marketplaces e crédito para pessoas físicas e PJs, por exemplo.

Crédito

“No Brasil, estamos bastante maduros. Com a chegada da EasyCrédito, conseguimos potencializar a plataformar para levar novos serviços para o mercado. Tínhamos um marketplace de pessoas jurídicas, agora temos um para pessoas físicas, clientes sacados e BNPL (‘buy now, pay later’)”, diz o CEO.

A EasyCrédito, marketplace de crédito pessoal, foi adquirido pelo FitBank há pouco mais de um ano. O momento da companhia, assegura o executivo, é de levar produtos mais personalizados para o mercado brasileiro.

Fundado em 2015, o FitBank soma atualmente 180 clientes e R$ 15 bilhões em volume processados por mês, ante 100 empresas parceiras e R$ 2 bilhões em processamentos mensais em 2021. A infratech tem como investidores o banco norte-americano JP Morgan e a CSU, especializada em soluções tecnológicas para meios de pagamentos.

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