A DOMO Invest, gestora brasileira de venture capital que apoia startups de base tecnológica ainda em estágio inicial, está se preparando para lançar um novo fundo seed, batizado de DOMO Seed 4.
“Estamos chegando ao final do período de construção de portfólio do nosso fundo Seed. Por conta disso, e por acreditarmos que a safra de 2024 será uma das melhores da história do Brasil, estamos levantando um novo fundo para investir em novas empresas”, afirma Marcio Zarzur, managing partner da DOMO Invest, em conversa com o portal parceiro Startups.
O executivo ainda não revela o tamanho do veículo de investimentos, mas conta que o fundo será lançado oficialmente no próximo mês, e que a companhia deve fazer um primeiro closing ainda este ano. “Estamos super animados com o novo fundo. Boa parte dos investidores que confiaram na DOMO estão felizes com o nosso trabalho e devem repetir o cheque, então não acho que a captação será um problema”, pontua.
O novo fundo marca um movimento importante para a DOMO, com a entrada de investidores estrangeiros. “Vamos captar esse fundo no exterior, sendo o primeiro veículo de investimento da DOMO a contar com capital estrangeiro”, revela Marcio. Ele reconhece os desafios de ultrapassar as fronteiras brasileiras, mas acredita que a gestora está mais do que preparada para dar o próximo passo. “Captar no exterior é sempre um desafio, sobretudo para empresas nascentes e novas gestoras. Mas atuamos desde 2016, estamos no nosso 5º fundo, e esse é o momento certo para buscar capital estrangeiro.”
Marcio acrescenta que, além da DOMO estar pronta, o investidor estrangeiro parece estar mais receptivo a oportunidades vindas do Brasil. “Há muita oportunidade na América Latina, e o Brasil é o líder da região, com um mercado estável e seguro para o investidor estrangeiro, principalmente quando comparado com outros países emergentes. Os investidores de fora vão começar a voltar a olhar para o nosso país”, avalia.
Perspectivas otimistas
A DOMO enxerga a nova safra de startups e empreendedores do país com muito bons olhos. “Ao longo de 2021, muitas pessoas criaram startups porque viam alguém com valuation alto sem ter receita e queriam fazer isso também. Hoje, acho que esse perfil não está mais indo para o venture capital, porque o custo de oportunidade aumentou muito”, diz Marcio.
De acordo com o executivo, a qualidade dos empreendedores aumentou no último ano, muito por conta do novo cenário do venture capital, com capital mais escasso e investidores mais seletivos. “Quem decide empreender neste momento é porque sabe muito bem o que está fazendo e tem confiança no seu negócio, não é mais um perfil oportunista de querer surfar a onda da bonança. São empreendedores mais pé no chão, conscientes com o caixa, que não fazem coisas mirabolantes”, observa.
Por esses motivos, a DOMO prevê que a safra de 2024 será uma das melhores da história do Brasil. “Gostamos de empreendedor raiz, que não precisa crescer desenfreadamente para se manter. O Brasil tem muito capital humano de qualidade que não estava sendo aproveitado, e entramos em uma fase boa de novos empreendedores, o que nos anima”, explica Marcio. Ele observa também uma melhora no cenário macroeconômico de forma geral. “Temos visto uma queda na taxa de juros, o que ajuda o investimento em venture capital, e uma mudança na forma de calcular o valuation, com ajustes a um patamar mais normalizado.”
A gestora brasileira, que hoje conta com cerca de 105 startups no portfólio, pretende anunciar no máximo cinco aportes até o fim do ano, e se concentrar na captação do novo fundo para fazer novos investimentos em 2024. “A DOMO sempre foi muito cautelosa, buscando bons negócios a preços justos, mesmo quando a maioria do mercado fazia cheques grandes demais a valuations errados. Agora, a meta é continuar fazendo aquilo que sempre fizemos: levantar fundos, investir em startups e gerar retorno para os investidores”, finaliza Marcio.
*Conteúdo publicado originalmente pelo portal parceiro Startups.
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