>> Leia as edições anteriores da Finsiders
Confira alguns dos principais aportes e aquisições da última semana:
PagSeguro compra Wirecard Brazil
O deal: A PagSeguro anunciou na sexta-feira a compra da operação da alemã Wirecard no Brasil. A transação depende de aprovação do Banco Central e do Cade. O valor da operação não foi divulgado, mas estimativas do mercado apontam para um deal de R$ 400 milhões.
É mais um negócio envolvendo empresas do setor de pagamentos, que está extremamente aquecido com o avanço de duas importantes pautas regulatórias este ano: PIX e open banking.
Contexto: O negócio ocorre dois meses depois que a empresa de pagamentos alemã entrou com um pedido de insolvência, quando auditores encontraram um baita rombo de US$ 2 bilhões no balanço. O escândalo culminou, inclusive, na prisão do presidente da companhia, Markus Braun.
“A Wirecard Brasil tem uma equipe inovadora e experiente que construiu uma poderosa solução de pagamento online, com mais de 200 mil clientes, incluindo plataformas de e-commerce, marketplaces e plataformas de loja virtual. Além disso, suas soluções online estão disponíveis por meio de APIs e estão integradas em mais de 40 sistemas de plataforma de loja virtual (e-commerce)”, escreveu a PagSeguro em comunicado ao mercado sobre o deal.
E-commerce: Com a aquisição, a PagSeguro reforça a oferta de produtos e serviços para e-commerce, cujo potencial é de R$ 128 bilhões no Brasil, segundo apresentação disponível no site de relações com investidores da companhia controlada pelo grupo UOL.
Números: Na apresentação, a empresa destaca que a Wirecard tem um volume total de pagamentos processados de R$ 5 bilhões, fatura R$ 120 milhões e possui uma base de 200 mil clientes, além de Ebitda positivo. No Brasil, a companhia alemã atua como subadquirente, depois de ter comprado a operação da Moip em 2016 por R$ 165 milhões.
Já a PagSeguro tem um volume total de pagamentos processados de R$ 122 bilhões, receita de R$ 6 bilhões, 5,5 milhões de clientes ativos, além de 3,7 milhões de usuários do PagBank, banco digital da empresa.
Aquisições: Essa foi a décima compra feita pela PagSeguro desde 2009. Começou com a aquisição do gateway de pagamentos BoldCron. Há três anos, foi a vez de a plataforma de empréstimos Biva. Em 2019, comprou o controle do banco BBN. E tem feito novos esforços para diversificação do portfólio. Neste ano, adquiriu a plataforma de fidelidade Zygo.
TikTok: Na semana passada, o PagSeguro também fechou uma parceria com o TikTok, a febre do momento. Com o acordo, usuários do aplicativo poderão receber seus valores por meio da conta PagBank.
Pagamentos bombando
Decolar.com compra a fintech Koin e levanta US$ 200 milhões
O deal: A Decolar.com fechou a compra de 84% da brasileira Koin, fintech de meio de pagamento para compras parceladas com boleto, por R$ 20 milhões, vindos de uma capitalização de recebíveis. Além disso, a companhia argentina de viagens levantou US$ 200 milhões em dois investimentos, da L Catterton (US$ 150 milhões) e Waha Capital (US$ 50 milhões), para financiar gastos corporativos em geral e potenciais aquisições. Ou seja, sinal de que o apetite não cessou.
Por que comprar a Koin: Cerca de US$ 4,7 bilhões passam anualmente pela plataforma do grupo argentino de viagens. A companhia já utiliza o serviço da Koin desde o ano passado e fez mais de 50 mil transações, segundo a apresentação de resultados do segundo trimestre. Para justificar o avanço no mercado de pagamentos, a Decolar menciona que a Koin tem uma carteira de crédito de R$ 13 milhões, com “risco limitado”.
Enquanto isso, na inovação aberta…
100 Open Startups capta R$ 10 milhões
O deal: A 100 Open Startups, plataforma de inovação aberta, captou R$ 10 milhões, em uma rodada liderada pela Domo Invest, que combinou também investimento-anjo e crowdfunding (a empresa não divulgou os investidores).
Mais detalhes: Do total levantado, metade será usada para a empresa investir na expansão de sua plataforma de relacionamento e negócios e em tecnologias para seu sistema de ranking, que coleta e analisa dados do ecossistema de inovação. Uma das iniciativas recentes foi a migração do evento Oiweeek para o ambiente digital.
Funding: Os outros R$ 5 milhões serão aportados diretamente nas startups do programa 100 Open Angels. O objetivo é melhorar a experiência do investimento-anjo no país. Hoje, a 100 Open Startups reúne em sua plataforma cerca de 13 mil startups, 130 universidades, 3 mil empresas e 3 mil investidores-anjo, com mais de 17 mil negócios registrados entre os participantes. Ao todo, contabiliza R$ 1 bilhão em transações de open innovation desde a sua criação.
