Hub Fintech está fechando rodada para acelerar expansão e entrar em crédito

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Nos últimos quatro meses, a Hub Fintech montou 19 novos bancos digitais, chegando a 54 clientes. E agora tem mais de 100 negociações em andamento. “Nossa meta é fechar de oito a nove contratos por mês”, diz à Finsiders Alexandre Brito, CEO da empresa, ex-executivo da Mastercard.

Desde 2017 à frente da companhia, controlada pelo Grupo Sforza — holding do empresário Carlos Wizard — , Brito vem liderando uma expansão acelerada do negócio, que começou em 2012 no segmento de vale-presente. Hoje, a Hub Fintech é um dos principais players de “banking as a service”. Caminha em 2020 para o segundo ano de lucro.

Funding

Neste ano, a fintech está atrás de um sócio-investidor estratégico para manter o crescimento acelerado. A rodada de captação, em fase de due dilligence, deve ser fechada até o fim do ano, com a entrada de fundos de private equity na sociedade, diz Brito, sem abrir detalhes.

Alexandre Brito, CEO da Hub Fintech (Crédito: Divulgação)
Alexandre Brito, CEO da Hub Fintech (Crédito: Divulgação)

Em 2018, em entrevista ao Valor, o empresário Carlos Wizard havia estimado o valuation da fintech em R$ 1 bilhão. A empresa não divulga o faturamento, mas afirma ter dobrado a receita no ano passado.

White label bank

Em julho, a empresa recebeu aval do Banco Central (BC) para virar instituição de pagamentos (IP) nas modalidades emissor de moeda eletrônica e credenciador.

Com a licença do BC e a entrada de investidores, a Hub Fintech espera acelerar seu modelo “white label bank”. A ideia é iniciar uma expansão para a América Latina a partir de 2021, começando pela Argentina. O processo de internacionalização, diz o executivo, depende desse aporte.

O passo seguinte é ter as licenças de Sociedade de Crédito Direto (SCD) e Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP), para as quais a fintech já está pedindo autorização ao BC.

“Assim, conseguimos entrar em empréstimos. A tecnologia já está sendo desenvolvida, e a meta é colocar no ar em março de 2021.”

Com a ponta do crédito, a Hub Fintech caminha para ter uma plataforma transacional completa, montando “banco” para seus clientes de ponta a ponta, num modelo B2B2C white-label, inclusive ficando responsável por todo o arcabouço regulatório. Em cerca de 20 a 30 dias, a estrutura de um banco transacional é desenvolvida, garante Brito.

“Fazemos conexão direta com TecBan, com a Caixa pra saque, SPB para originação e pagamento de boleto. Estamos finalizando conexão para o PIX. Saque no varejo.”

Expansão

A fintech disponibiliza diversos serviços aos mais de 3 milhões de usuários finais das contas digitais de seus parceiros, como recarga de celular, pagamento de contas, TED, saque em lotéricas e, mais recentemente, o saque no varejo, que já está sendo disponibilizado por supermercados aos usuários das contas digitais. A Hub Fintech já fechou contratos com os supermercados Lagoa e Davó e tem outros acordos em andamento.

Com 54 clientes, como 99, Fretebank, CargoX, Pague Menos, Mercado Pago, Magazine Luiza, a fintech transacionou R$ 7 bilhões em 2019. Para este ano, a projeção era de um avanço maior, mas com a pandemia a empresa precisou rever os números — agora espera movimentar R$ 8 bilhões. “Não é um crescimento bom, mas durante a pandemia está bom”, reconhece Brito.

Assim como ela, outras fintechs avançam no segmento de “banking as a service”. A Zoop, investida da Movile, levantou em setembro um novo aporte de R$ 60 milhões liderado pela dona do iFood para crescer a operação. Em agosto, o FitBank recebeu um investimento de valor não revelado do J.P. Morgan. Na ocasião, os fundadores contaram à Finsiders que a plataforma transaciona R$ 1 bilhão por mês.