O C6 Bank anunciou nesta quarta-feira uma captação de recursos de R$ 1,3 bilhão na sua holding. Com o novo aporte, que será feito com emissão de ações ordinárias, o banco digital passa a ser avaliado em R$ 11,3 bilhões. Os recursos serão usados para aumentar o capital do banco, o que está condicionado às aprovações regulatórias aplicáveis. O Credit Suisse atuou como agente financeiro da operação, que contou com mais de 40 investidores privados.
“Este aumento de capital nos permite acelerar o crescimento do banco. Continuaremos investindo para aumentar a base de clientes, completar o desenvolvimento da plataforma de investimentos e avançar em novas linhas de negócio”, diz em nota Marcelo Kalim, CEO do C6 Bank.
“O C6 Bank mostrou competência não apenas para atrair clientes e desenvolver negócios, mas também para gerar receitas e montar carteiras de ativos”, diz Ilan Goldfajn, presidente do conselho do Credit Suisse no Brasil.
“Notamos um enorme interesse dos investidores nesta rodada de captação e confiamos no potencial de crescimento do C6 Bank”, afirma José Olympio Pereira, presidente do Credit Suisse no Brasil.
Com mais de 4 milhões de contas abertas, o C6 Bank está presente em 99,7% dos municípios brasileiros. Tem cerca de R$ 5,3 bilhões em ativos totais, e a carteira de crédito para pessoas físicas e jurídicas ultrapassa R$ 4 bilhões. O volume transacionado na sua plataforma de pagamentos (o que inclui serviços de adquirência e outras soluções de pagamento para varejistas) atinge R$ 1,5 bilhão por mês.
Com pouco mais de um ano de operação, o banco digital criado por ex-sócios do BTG quer ser um “banco completo”, como disse em entrevista recente para matéria minha no Valor Maxnaun Gutierrez, head de produtos e pessoa física do C6 Bank. O ‘neobank’ aposta em diferenciais como programa de fidelidade gratuito, marketplace com mais de 40 mil produtos, plataforma aberta de investimentos e conta internacional.
Para o início de 2021, a instituição prevê uma plataforma de investimentos global. Neste ano, também fechou uma parceria com a TIM, que em três meses resultou na abertura de mais de 800 mil contas.
Sediado em São Paulo, o grupo possui também um banco nas Ilhas Cayman, o que permite que a instituição oferte produtos internacionais, como uma conta internacional com cartão de débito em dólar ou euro. O banco tem uma corretora de valores em Nova York, focada em clientes institucionais, além de uma corretora em São Paulo.
A holding inclui, ainda, uma empresa de tecnologia em meios de pagamento (PayGo), uma empresa de assessoria em seguros (Som.us), uma empresa de desenvolvimento em aplicações de pagamentos (Setis) e uma edutech (IDEA9).
Ao todo, o grupo tem 1.400 funcionários, além de 325 consultores empresariais que distribuem produtos para pessoas jurídicas em todas as regiões brasileiras e uma rede de distribuição para pessoas físicas com 12.000 correspondentes bancários.
Competição
Hoje, o C6 é um dos maiores bancos digitais do país. Enfrenta concorrentes fortes, como o Nubank, com 30 milhões de clientes, e Inter, com mais de 7,2 milhões de correntistas. A Neon Pagamentos, que soma 9.6 milhões de contas abertas, é outro competidor.
Já o PagSeguro PagBank fechou o terceiro trimestre com 6,7 milhões de clientes. O Original vem abrindo uma média de 100 mil novas contas por mês e já soma 4 milhões de clientes, informou Raul Moreira, diretor-executivo de TI, produtos, open banking e operações do banco, em matéria minha para o Valor.