Enquanto no modelo tradicional de marketplace de crédito, as empresas encontram diferentes opções oferecidas por instituições financeiras, no Kalea Cred a proposta é inversa: os agentes financeiros, como bancos, fintechs, SCDs e FIDCs, podem prospectar ativamente na base de clientes que usam a plataforma da fintech e estão atrás de crédito. Tudo com consentimento das empresas.
Com esse formato de marketplace reverso de crédito, a fintech acaba de rodar a primeira versão da sua plataforma, depois de ter seu projeto acelerado no ano passado pelo Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas do Banco Central (LIFT Lab), com apoio da Microsoft. Hoje, a startup também está incubada no hub de inovação do Banco do Nordeste (BNB), no Porto Digital, em Recife (PE).
“A gente nasce com a ideia que crédito deve ser mais acessível para empresas, promovendo competitividade no setor financeiro. Quebrando questão da assimetria das informações porque informação vai partir diretamente das empresas. Exemplo: empresa pode dizer qual o nível de endividamento, qual capital de giro tem, se tem recebíveis como garantia”, explica Luiz Falbo Di Cavalcanti, cofundador e CEO do Kalea.
Administrador, com especialização em finanças corporativas, Falbo foi diretor financeiro de indústrias e há 16 anos montou uma empresa com seu nome de assessoria em finanças corporativas e gestão empresarial, com foco em apoiar empresas do middle market a captar recursos, incluindo projetos de estruturação de empresas do zero até grandes grupos empresariais. Ao seu lado, como cofundadores, estão o também administrador Roberto Silva e o engenheiro de software Laerte Rodrigues.
O robô criado pela startup, com uso de inteligência artificial (IA), trata e estrutura os dados empresariais e indicadores das companhias para fornecer, desde que haja autorização, para os agentes de crédito. Em outra frente, o Kalea funciona como uma ferramenta automatizada de assessoria de crédito para as empresas.
Para alcançar mais empresas, a fintech vem firmando parcerias com escritórios de contabilidade. Já fechou acordos com sindicatos de escritórios de contabilidade de quatro Estados brasileiros (Bahia, Ceará, Santa Catarina e Pernambuco) que, juntos somam mais de 1 mil empresas de contabilidade. “Os contadores são agentes multiplicadores do Kalea”, diz Falbo.
Sem abrir números, o empreendedor diz que o momento é de “rechear” o banco de dados com mais empresas — hoje, os usuários da primeira versão da plataforma são, principalmente, negócios de pequeno e médio porte, como academias de ginástica, distribuidoras e supermercados. Mas a plataforma vem atraindo desde startups até empresas maiores, que faturam acima de R$ 600 milhões ao ano, conta Falbo.
“Apenas um dos nossos contratantes (agente financeiro) dispõe de funding de R$ 400 milhões para operar crédito via nossa plataforma neste início de 2021.”
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