Transferências para bancões caem 40% em três anos, diz levantamento

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Os bancos digitais vêm avançando sobre uma (ainda pequena) fatia do bolo dos bancões. É o que mostra um levantamento que acaba de ser divulgado pela Transfeera, plataforma open banking de gestão e processamento de pagamentos. Até dezembro de 2017, 99% dos pagamentos da fintech se concentravam nos cinco maiores bancos brasileiros: Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, Banco do Brasil (BB) e Caixa Econômica Federal.

Em dezembro de 2020, 61% dos pagamentos tinham como destino os cinco maiores bancos do país — uma queda de 38,4% em três anos. Em contrapartida, nota-se o avanço acelerado de alguns bancos digitais, como o Nubank, que representava 4,84% das operações mapeadas pela fintech em dezembro de 2019 — um ano depois, o percentual subiu para mais de 15%.

O BB é a instituição financeira tradicional que mais sofreu com a perda de transações, conforme o levantamento da startup. Em dezembro de 2017, 33% dos pagamentos realizados pela Transfeera tinham como destino o BB. Três anos depois, as operações passaram a responder por 10%.

Quando são analisadas apenas as transferências para pessoas físicas, os grandes bancos abocanhavam 55% dos pagamentos em dezembro do ano passado, uma redução expressiva ante o mesmo mês de 2017.

Nas operações para contas PJ, o banco que mais perdeu em transações foi a Caixa, que representava 24% dos pagamentos no fim de 2017, percentual que caiu para 6% três anos depois. Por outro lado, o Inter — que respondia por menos de 2% das transações para clientes PJ — ultrapassou 10% das transferências recebidas em dezembro de 2020.

Segundo Carlos Augusto de Oliveira, diretor de tecnologia da Associação Brasileira de Bancos (ABBC) e investidor da Transfeera, o levantamento sinaliza a tendência clara de utilização crescente dos neobanks como plataforma para recebimento do fluxo financeiro.

“Mecanismos de liquidação digital e instantâneas e ecossistemas de compartilhamento e integração, trazidas pelo Pix e Open Banking tendem a pressionar ainda mais os bancos tradicionais obrigando-os a acelerar a agenda de transformação ao mesmo tempo que acirra a competição com fintechs com estruturas mais leves e ágeis por definição”, diz Oliveira, ex-CIO do Original e ex-diretor do Itaú.

O levantamento da Transfeera analisou mais de 3,2 milhões de transferências bancárias, realizadas entre abril de 2017 e dezembro de 2020. Do total, 73% foram para pessoas físicas e o restante, para contas PJ. Acesse o relatório completo aqui.

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Danylo Martins é jornalista com dez anos de cobertura de finanças, empreendedorismo e inovação no setor financeiro. Com MBA em mercado de capitais, é vencedor de quatro prêmios de jornalismo econômico e colabora com o jornal Valor Econômico há oito anos. Teve passagens por Folha de S.Paulo e revista Você S/A.

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