EXCLUSIVO: Certus capta R$ 1 milhão em round liderado pela Poli Angels

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A Certus, que tem um sistema de gestão (ERP) para indústrias de pequeno porte, acaba de fechar uma rodada seed money de R$ 1 milhão, liderada pela Poli Angels, acompanhada pela Bossa Nova Investimentos e pelo investidor-anjo Esdanio Pereira, ex-diretor da Randon. Pelo acordo, o aporte pode dobrar nos próximos seis meses, informa Fábio Ieger, fundador e CEO da Certus, com exclusividade ao Finsiders. O valuation não foi divulgado.

É o terceiro investimento recebido pela startup. Em setembro do ano passado, a Bossa Nova abriu a captação e o round foi concluído agora, com a entrada da Poli Angels — que assinou o maior cheque — e Pereira, que já investia no negócio pela Bossa Nova e agora entrou na pessoa física. Além deles, o captable da fintech tem Inova Ventures Participações (IVP), de Bruno Rondani; Baita Aceleradora e a desenvolvedora de software ateliware,

“Além da robustez da solução de software de gestão empresarial (ERP) da Certus e expansão recorrente da base de clientes, colaborou para a decisão de investimento a visão de futuro agregando serviços financeiros. A empresa tem potencial para se tornar a fintech líder no segmento industrial”, explica ao Finsiders Rozallah Santoro, da Poli Angels, que liderou os investidores nesse aporte.

Com o cheque, a Certus vai ampliar o quadro de colaboradores, assim como aumentar a oferta de crédito para pequenos e microindustriais. Uma nova plataforma, que usa inteligência artificial (IA), será lançada em maio para atender microindústrias, revela Ieger. “Vamos conseguir dizer ao pequeno empresário onde o aço está mais barato e onde solicitar cotações. Se é melhor comprar à vista ou a prazo, em 30, 60 ou 90 dias”, exemplifica.

Os planos incluem a estruturação de um banco digital voltado para a pequena indústria, com diversos serviços financeiros, começando com antecipação de recebíveis. Hoje já oferecida pela startup, a modalidade terá contratação em um clique, de forma simples e desburocratizada, sem precisar enviar o arquivo XML para antecipar a nota, por exemplo. Além disso, a solução da Certus será integrada à Alexa e ao Google Home, diz Ieger.

Ainda este ano, a ideia é lançar outros produtos, como cartão de crédito PJ, antecipação de salários para funcionários das indústrias que são clientes, crédito para compra de máquinas e equipamentos, além de capital de giro.

“A gente espera pelo menos triplicar o volume transacionado em 2020”, diz o empreendedor. No ano passado, a fintech transacionou R$ 4 bilhões. Ao todo, a plataforma soma 1 mil usuários, mas a empresa não revela o número de clientes. O negócio tem crescido 300% ao ano.

Com a pandemia, o ritmo de expansão diminuiu um pouco, porém a startup terminou 2020 com crescimento de 109% na receita. A equipe, hoje com 40 pessoas (30 engenheiros de software) deve chegar a cem até o fim do ano. Contratações estão sendo feitas para as áreas de desenvolvimento, marketing e comercial.

Fundada em 2017 por Ieger — que tem mais de 20 anos de experiência em software de gestão –, a Certus atende indústrias de pequeno porte, com 5 a 50 funcionários e faturamento mensal entre R$ 50 mil e R$ 10 milhões. Ao longo deste ano, o objetivo é também avançar em microempresas do setor, com a nova plataforma que usa IA e tem integração com a Alexa.

O Brasil tem cerca de 1,4 milhão de indústrias — dessas, quase 1 milhão são de micro e pequeno porte. “Estamos olhando esse mercado”, diz. A Certus está fechando uma parceria com o Sebrae-SP, que deverá ficar ativa nos próximos meses, para oferta de sua solução à base da entidade, que gira em torno de 300 mil pequenas e microindústrias somente no Estado de São Paulo. Só por esses números dá para entender o potencial de crescimento do negócio.

Para agilizar ainda mais a liberação do dinheiro, a fintech está incluindo o Pix para que a transferência do recurso ocorra na hora. “A ideia é que no momento em que ele enviar a nota fiscal, o dinheiro já esteja na conta. Atualmente o prazo liberação é de 30 minutos, que já é o mais rápido do mercado, pois outras instituições só liberam de um dia para o outro”, comenta Ieger.

Neste momento, a fintech está oferecendo uma promoção para a primeira antecipação a custo zero, ou seja, sem juros ou taxas. A partir da segunda operação, a taxa começa em 0,5%. “Quanto mais informações essa empresa tem na ferramenta, melhor é a análise de crédito e mais barato fica a operação”, aponta o empreendedor.

O funding para originação dos recursos vem de fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs), a partir de parcerias que a fintech firmou com alguns gestores dessas carteiras. De acordo com Ieger, a disponibilidade de funding, somando todos os parceiros, é de quase R$ 1 bilhão.

O aporte na Certus é o 13º cheque feito pela Poli Angels, grupo de investidores-anjo fundado por ex-alunos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP). É o segundo investimento do grupo em uma fintech, como adiantou Rubens Approbato, cofundador da Poli Angels, em fevereiro, em entrevista ao Finsiders.

Em janeiro, o grupo investiu na ContaÁgil, fintech de contabilidade on-line para PMEs, numa rodada liderada pelo investidor-anjo Alvaro Taiar (ex-sócio da PwC Brasil) e acompanhada por Poli Angels, Urca Angels e Domo Invest. A empresa não divulgou o valor do round à época, mas a Finsiders apurou que o aporte foi de R$ 1,3 milhão.

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