A enorme popularidade do WhatsApp entre os brasileiros – a quantidade de usários deve chegar a 122 milhões de em 2024, segundo estimativas da consultoria eMarketeer – deve garantir o sucesso da recém autorizada solução de pagamentos do aplicativo. No entanto, o PIX, sistema de pagamentos instantâneo do Banco Central lançado em novembro, pode ser um grande concorrente para a nova função do aplicativo, principalmente no varejo – exatamente onde o WhatsApp almeja entrar.
“O PIX pode representar um desafio para a entrada do WhatsApp”, diz análise divulgada pela Insider Intelligence. “O governo deve procurar privilegiar seu sistema, sobre o qual tem mais controle, e não permitir que o WhatsApp avance além dos pagamentos P2P”, dizem os analistas da consultoria. “O WhatsApp já manifestou interesse em trabalhar com o PIX; uma parceria minimizaria a ameaça competitiva e abriria um caminho para a aceitação por parte dos lojistas”.
“Será muito importante que as empresas pensem em oportunidades de integração e em possíveis impactos. A exemplo do PIX, os comerciantes poderão ter de pagar uma taxa para receber”, diz Fabio Covolo Mazzo, principal software architect da Connectcom, empresa especializada em soluções e serviços de tecnologia. Para ele, o WhatsApp Pay será uma ótima opção de recebimentos para lojas virtuais, empresas de cobranças e outras nas quais o processo pode ser totalmente automatizado por bots. “E não apenas para o envio de solicitações de pagamentos, mas para se tornar uma plataforma completa, de compras, negociação e conclusão das transações, tudo dentro do aplicativo”, acredita.
“Ao funcionar como um iniciador de transação de pagamento para pagamentos com cartões, o WhatsApp Pay surge como um novo e importante ator para transações que movimentaram R$ 2 trilhões no Brasil em 2020, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs)”, lembra Mazzo.