O mundo dos bancos em geral é composto por diversos personagens. Entretanto, alguns deles ainda são pouco explorados pelas empresas de tecnologia, mesmo sendo bastante conhecidos. O correspondente bancário é um deles. Com a tarefa de levar produtos financeiros a uma parcela significativa da população, eles são responsáveis por gerar 5% de todas as transações bancárias no país — 89% envolvendo movimentação financeira, de acordo com uma pesquisa realizada pela Febraban em parceria com a Deloitte.
Para efeito de comparação, em 2000, havia aproximadamente 20 mil correspondentes atuando no país — 19 anos depois, esse número já era de 130 mil, segundo dados da Associação Nacional das Empresas Prestadoras de Serviço ao Consumidor (Aneps). Aqui no Brasil, uma das empresas que realizam este trabalho é a startup Mola Corban, cujo surgimento se liga à história do CEO e co-fundador, Robson Pontes.
Ele, que já atuava como correspondente antes de criar a empresa, tinha o desafio de gerenciar negociações de diversos bancos dos quais era parceiro e sentia falta de uma plataforma que fizesse isso de forma mais direta. Com a ajuda dos outros dois co-fundadores da empresa, Diogo Barros e Yuri Notaro, criaram uma solução caseira para funcionar na empresa da família, esta que três anos depois viria a se tornar a empresa.
“Antes, o correspondente operava com um ou outro banco e era um produto, só consignado, por exemplo. Agora, ele tem que trabalhar com vários bancos e cada banco tem vários produtos. Ficou inviável operar hoje sem ter uma solução”, afirma Robson em entrevista ao Finsiders.
Robson Portela Pontes, CEO e fundador da Mola (Foto: Divulgação).
Segundo ele, diferente dos concorrentes, a Mola se posiciona em toda a jornada do correspondente, desde quem está na ponta, para fazer uma simulação, até o gestor que está no final, fazendo a conciliação financeira. “É startup mesmo. Nenhum concorrente se posiciona assim”, completa.
Além do pilar de gestão, na qual é possível visualizar toda a produtividade dos profissionais, a empresa criou recentemente o pilar de vendas, no qual o correspondente simula as propostas de forma mais rápida. Isso tem trazido números importantes para a empresa: o quadro de funcionários saltou de 12 para 45. Já o de clientes, que eram 20 antes do lançamento, já está em 220.
O aumento da equipe também se deve, dentre outras finalidades, ao primeiro aporte recebido pela empresa no valor de R$ 2 milhões, liderado pelos sócios da HIX Capital. Robson antecipou também que a empresa está em vias de fechar uma segunda rodada.
Questionado pelo Finsiders se tem a intenção de ampliar seus serviços para fora do país, o CEO disse que pretende trabalhar na internacionalização, ainda que visualize um grande mercado a ser explorado aqui no Brasil. “Hoje o correspondente bancário é o maior canal de vendas das instituições financeiras. Estou falando de mais de 15 milhões de vendedores. A gente tá focando no mercado de crédito consignado, mas tem todos os outros produtos”, diz.
Giovanni Porfírio é jornalista com cinco anos de carreira, foi editor web no Startupi antes de chegar ao Finsiders. Formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e pós-graduando em Produção e Práticas Jornalísticas na Contemporaneidade na Faculdade Cásper Líbero (FCL), teve passagens, ainda, por RICTV Record Londrina e Folha de Londrina.
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