Magalu compra Bit55, plataforma de processamento de cartões do BS2

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O Magazine Luiza está mesmo com apetite. A empresa acaba de anunciar a compra da Bit55, plataforma de tecnologia para processamento de cartões de crédito e débito na nuvem, construída pelo banco BS2 para processamento de seus próprios cartões. O valor da transação não foi revelado.

A tecnologia proprietária da Bit55 foi desenvolvida ao longo dos últimos dois anos tem capacidade de processamento de mais de 2 mil transações por segundo, diz o Magalu no comunicado ao mercado. A plataforma da Bit55  possibilita que cartões sejam emitidos e disponibilizados para uso em minutos, além de oferecer toda a estrutura necessária para a gestão de um portfólio de cartões de crédito, que inclui desde o recebimento da proposta, envio do cartão, captura e autorização das transações, emissão da fatura, recebimento e conciliação automática.

A aquisição complementa os serviços já oferecidos pela Hub Fintech, adquirida pelo Magalu recentemente e que funciona como uma espinha dorsal tecnológica e regulatória de todas as iniciativas de fintech da varejista — a Hub tem 4 milhões de contas digitais e cartões pré-pagos ativos e movimentou cerca de R$ 7 bi no ano passado. Com a chegada da Bit55, poderá oferecer aos seus clientes a emissão de cartões de crédito e débito, além de cartões pré-pago e contas digitais.

A frente de serviços financeiros digitais é uma das que mais cresceram no Magalu no começo deste ano. O segmento inclui: conta digital MagaluPay; crédito direto ao consumidor; cartão de crédito; subadquirência e antecipação de recebíveis por meio do Magalu Pagamentos; e crédito para os sellers por meio de um FIDC.

Segundo informações do balanço de resultados do primeiro trimestre, mais de 3 milhões de clientes utilizam já a MagaluPay, por exemplo. Em abril, a empresa lançou o cartão de crédito, integrado ao super app, com cashback de 4% nas compras no Magalu, pagos diretamente na conta digital. No Magalu Pagamentos, o volume de transações processadas (TPV) no primeiro trimestre passou de R$ 2,7 bilhões. A carteira de crédito da Luizacred, por sua vez, cresceu 7,3% nos três primeiros meses do ano, para R$ 12,3 bilhões.

A empresa também começou a realizar as primeiras operações de empréstimo por meio do seu FIDC. Em breve, mais de 75 mil parceiros conectados ao ecossistema Magalu — entre sellers do marketplace e restaurantes da AiQFome – passarão a ter acesso a crédito de forma rápida e simplificada, segundo a companhia.

Desde 2017, o Magalu fez mais de 20 aquisições, incluindo negócios de varejo, e-commerce, serviços financeiros, logística, infraestrutura e sistemas. A compra da Bit55, como de praxe, está sujeita à aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Seguindo a tendência de ‘embedded finance’ no varejo, o Magalu não está sozinho nessa. Há duas semanas, o banQI, banco digital da Via, deu entrada no Banco Central (BC) para se tornar uma Sociedade de Crédito Direto (SCD), informação revelada com exclusividade pelo Finsiders. Em breve, a fintech vai começar a oferecer empréstimo pessoal.

Em maio, a Ame Digital, fintech e plataforma mobile de negócios da Americanas e da B2W, comprou a Nexoos, plataforma P2P lending, que conecta pequenas e médias empresas (PME) a investidores. A Nexoos foi a terceira aquisição feita pela Ame para construção do seu motor de crédito. Em dezembro, a fintech da B2W já havia comprado a plataforma de open banking Bit Capital e a Parati Capital, que atua com BaaS.

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Danylo Martins é jornalista com dez anos de cobertura de finanças, empreendedorismo e inovação no setor financeiro. Com MBA em mercado de capitais, é vencedor de quatro prêmios de jornalismo econômico e colabora com o jornal Valor Econômico há oito anos. Teve passagens por Folha de S.Paulo e revista Você S/A.

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