EXCLUSIVO: Fernando Teles deixa presidência da Visa do Brasil

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(Atualizada na sexta, 12, para incluir posicionamento de Fernando Teles) O presidente da Visa do Brasil, Fernando Teles, deixou o comando da empresa, conforme o Finsiders noticiou em primeira mão. O anúncio para a equipe foi feito por meio de comunicado, enviado por volta das 13h desta quinta-feira (10), informando que o executivo não faz mais parte do quadro da companhia. Procurada pela reportagem, a empresa confirmou a informação (veja comunicado ao final do texto).

Ainda não se sabe oficialmente o motivo da saída do executivo, tampouco se ele vai embarcar num novo projeto. Em resposta ao Finsiders, Teles disse que não há muito o que falar além do que já foi publicado. Uma fonte próxima a Teles disse, sob condição de anonimato, que a saída dele foi uma decisão da matriz, e não teve ligação com resultados ou desempenho de Teles à frente da operação brasileira. Pelo contrário. Foi uma decisão relacionada a “algum incômodo em função de atritos gerados para viabilizar as rápidas transformações que [o executivo] estava realizando”, disse a fonte.

Na Visa, um novo country manager ainda não foi definido. No comunicado, a companhia disse que “as equipes de liderança regional e global já iniciaram a busca por um novo profissional para essa importante função”. Interinamente, quem assume a cadeira é Eduardo Coello, presidente regional da Visa para a América Latina e Caribe. Listada na Nyse, a Visa não fez nenhum comunicado à SEC (reguladora do mercado de capitais americano) até às 18h desta quinta-feira. Tudo o que se sabe até agora vem do comunicado emitido pela empresa aqui no Brasil.

Assim que a informação começou a repercutir (os leitores do Finsiders sabem bem), o mercado passou a discutir as hipóteses para um executivo como Teles ter deixado a liderança da companhia. Afinal, o mercado de pagamentos está passando por uma verdadeira revolução, e o executivo estava à frente da transformação da Visa, num momento em que o setor está implementando Open Banking, Pix está fazendo sucesso e BC aprovou o registro de recebíveis de cartão.

A notícia, de fato, surpreendeu. “O tom da comunicação da Visa não me pareceu dos mais alegres, ainda mais pois não teve transição e terminaram dizendo que estão correndo para buscar alguém para o cargo”, comentou uma fonte de mercado. No comunicado, a Visa agradeceu a Teles pelo que realizou para os negócios da empresa no país, pela equipe que ajudou a formar e “por conduzir a Visa no desenvolvimento contínuo de soluções voltadas para consumidores e comerciantes.”

Na Visa, um novo country manager ainda não foi definido. Interinamente, quem assume a cadeira é Eduardo Coello, presidente regional da Visa para a América Latina e Caribe.

Ex-diretor do Itaú Unibanco e ex-chefe do banco de varejo do Banco Original, Teles chegou à Visa em 2016, onde foi responsável por todas as operações da empresa no país, incluindo desenvolvimento de negócios com emissores, comércios, credenciadoras e startups, e pela definição da estratégia de inovação e de crescimento da empresa no Brasil.

A troca de executivos no C-level tem sido bastante intensa nos últimos meses, dado o aquecimento do setor. Uma movimentação recente foi a chegada de Marcos Magalhães, ex-presidente da Rede, que deixou a adquirente para presidir o banco BS2, com o intuito de liderar um neobank para PJ, conforme revelou ao Finsiders nesta semana.

O PicPay, às vésperas do IPO, também vem reforçando seu alto escalão. A empresa chegou a recrutar Rômulo Dias (ex-Cielo e PagSeguro), para o posto de vice-presidente financeiro de RI, mas o executivo deixou o cargo um mês depois, alegando motivos pessoais. Por lá, chegaram este ano outros nomes fortes do mercado, como Eduardo Chedid, ex-CEO da Elo, que assumiu como VP de serviços financeiros; André Cazotto, ex-PagSeguro, para a cadeira de diretor de RI; e Adriano Navarini (ex-SafraPay) como diretor sênior de PJ e aceitação.