PagSeguro estaria perto de comprar banco BV, diz site; empresa nega

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A PagSeguro estaria em negociação para comprar o banco BV (antigo Banco Votorantim), por quase R$ 16 bilhões, noticiou hoje o site de negócios Brazil Journal, citando duas fontes a par do assunto.

O objetivo da PagSeguro, disse o site, seria deixar de ser uma fintech para entrar com os dois pés no mercado bancário, segmento em que a empresa do UOL tem um pequeno componente de crédito, ao contrário do banco — controlado pelo Banco do Brasil (BB) e pela família Ermírio de Moraes — que possui forte histórico no crédito de veículos.

Ainda segundo a reportagem de Geraldo Samor no Brazil Journal, a transação levaria a uma nova oferta de ações da PagSeguro, que começou o dia valendo perto de US$ 18 bilhões na Nasdaq, mas parece não ter agradado os investidores. A ação fechou em queda de quase 8% (durante o pregão, chegou a recuar mais de 14%), levando o market cap a um patamar inferior a US$ 17 bilhões nesta quinta-feira (8).

Em comunicado à SEC, a PagSeguro negou a intenção de compra do banco, mas não comentou sobre possíveis conversas para avançar em algum acordo com a instituição financeira. “Embora o PagSeguro esteja sempre em busca de oportunidades de investimentos no mercado, a empresa não pretende adquirir o banco BV e não há acordos assinados relacionados para fazê-lo”, disse a empresa, no texto. Procurado pelo Finsiders, o BV não comentou o assunto.

Contexto

A possível transação daria à PagSeguro poder de fogo bancário, num momento em que o número de clientes ativos no PagBank — a operação de banco de digital da empresa — chegou a 10 milhões (dados de maio). O PagBank, inclusive, comemorou dois anos de atuação no mercado brasileiro com um total de mais de 48 milhões de downloads durante todo este período, sendo 7 milhões apenas no primeiro trimestre.

Nos três primeiros meses do ano, a PagSeguro teve lucro líquido de R$ 271,3 milhões no primeiro trimestre, queda de 24% em relação ao mesmo período do ano passado. A receita líquida foi de R$ 2,1 bilhões, um incremento de 30,2% em igual base de comparação. Já o Ebtida ajustado subiu 11,8%, para R$ 573,1 milhões.

No mês passado, a fintech fechou novas parcerias com seis gestoras para oferta de fundos de investimento em sua plataforma. Com isso, passou a disponibilizar fundos das assets Ibiuna, RPS Capital, Western Asset, Helius Capital, Santa Fé e AZ Quest, que juntas somam R$ 85 bilhões sob seu guarda-chuva.

Já o BV — controlado pelo BB e pela família dona do Grupo Votorantim — é líder em financiamento de veículos, vem firmando parcerias e fazendo investimento em fintechs, como Neon, Olivia e Trademaster, ao mesmo tempo em que abre sua plataforma de banking as a service (BaaS) para negócios que desejam ofertar produtos e serviços financeiros.