Reflexão sobre a 'assimetria regulatória' no setor financeiro, por Carlos Augusto de Oliveira

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Por Carlos Augusto de Oliveira*

Temos visto uma reclamação crescente dos grandes bancos de supostamente estarem sendo “prejudicados” pelos reguladores. Recentemente inclusive em um grande evento da associação que os representa houve um insistente coro sobre a existência de uma “assimetria regulatória”, ou seja que os entrantes (leia-se startups) tem sido injustamente protegidos e beneficiados por exigências normativas mais leves e poupados até pelo mercado, já que não precisariam seguir com o mesmo rigor as duras obrigações impostas aos grandes bancos.

Neste raciocínio, o Banco Central (Bacen) estaria sendo demasiadamente flexível e tolerante com as fintechs concedendo autorização e possibilidade de atuarem como bancos porém sem exigir os mesmos controles e ônus regulatório. Chegou-se até a insinuar – quem diria – alguma competição desleal.

Convém observar e estranhar a mudança reveladora de postura dos incumbentes, não pela insatisfação em si do processo de modernização regulatória que o Bacen vem conduzindo já há quase uma década, uma vez que antes o discurso era de certa minimização do impacto e até descrença quanto ao sucesso destas startups prosperarem em seu negócio (embora sempre tenha existido um desconforto natural velado daqueles que quem tem uma posição dominante).

Afinal, a grande base de capital aliado a uma longa expertise da indústria, tem se convertido em resultados notáveis e sólida construção de relacionamento em todos os segmentos de clientes, e seriam passaportes confortáveis para assegurar e perpetuar o sucesso obtido até então. Será mesmo?

Ao listar publicamente queixas, algumas até exageradamente amplas (contra os investidor que não esperariam lucro, contra regimes mais flexíveis de contratação, contra sindicatos com práticas diversas, etc) os incumbentes estão de verdade confessando finalmente sua fragilidade e preocupação frente à velocidade da evolução de modelos mais inovadores e flexíveis.

Nos últimos anos, o Bacen consolidou sua estratégia, antes quase exclusivamente focada na solidez da mercado financeiro e defesa da moeda, apresentando uma visão mais ampla através da Agenda BC+ (e posteriormente atualizada para BC#) incorporando com determinação objetivos de aumento de competição e inclusão financeira, como forma de promover um mercado mais democrático e menos concentrado, abrindo o caminho para possibilitar o surgimento de novos modelos de negócio baseados em tecnologia, inovação, e acessibilidade. Como resultado, temos hoje uma impressionante aceleração no processo transformação digital da indústria financeira cujas estrelas são as iniciativas de Pix e Open Banking.

Alguns pontos se destacam nesta jornada de disrupção. Os motivos de preocupação e atuação do Bacen são claros: alta concentração, spreads elevados, falta de produtos adequados a alguns segmentos da população, contratos com linguagem complexas e cláusulas suspeitas, além de atendimento em geral com qualidade insatisfatória. Apenas para tangibilizar tudo isso, podemos citar um exemplo simples: a facilidade de um cliente contratar versus a dificuldade intencional dele cancelar e sair de alguns produtos.

A fórmula empregada pelo Bacen foi então aplicar exigências proporcionais ao porte e risco da instituição – prática comum no mundo empresarial e alinhada com orientações do BIS, dividindo em 2017 o mercado bancário em 5 categorias (de S1 a S5) conforme tamanho e exposição dos seus ativos.

Assim, os relatórios de controle, exigências normativas e alocação de supervisão são menores e menos frequentes para startups e financeiras pequenas e aumentam a intensidade conforme a instituição vai crescendo e subindo de categoria, ou se habilitando a prestar novos serviços de maior complexidade.

Esta fórmula, além de dar mais objetividade e foco da supervisão regulatória com redução do custo de observância, também garante mais espaço e liberdade para inovação na medida que evita sufocar pequenas e incipientes iniciativas ainda não maduras com exigências que não representam risco relevante ao sistema financeiro.

Segue um princípio racional, aplicado quase universalmente, da mesma forma em que dentro dos próprios bancos se audita mais intensamente as áreas críticas de Tesouraria e Câmbio e se controla bem menos em áreas de suporte como Administrativo ou RH, ou ainda seguido por Empresas de Auditoria que analisam e detalham bem mais os processos e controles de empresas de maior envergadura e complexidade.

As regulações nas fintechs se resumem basicamente a proteger os depositantes em caso da inovação não prosperar, mas isto não elimina os altos riscos enfrentados na escalada de uma startup já que a mesma tem que superar seus próprios desafios e suas altas taxas de mortalidade.

Ou seja, o agora ‘mimimi’ público dos grandes players do mercado parece ser na verdade puro reflexo do sucesso de um planejamento cirúrgico do Bacen que começa a gerar resultados na abertura de novos cases vencedores, aumentando as ofertas aos clientes e provocando uma grande modernização em um mercado até então bem delineado por fortes barreiras de entrada e escorado por uma regulação protetora que exigia muitos requerimentos prudenciais e altos montantes de capital para quem ainda não tinha sequer demanda relevante.

Coincidentemente (será mesmo?) começamos a observar nos últimos 3 anos, uma interessante tendência de queda da concentração de participação do Top5 bancário, tanto no volume de credito (71% em 2018 para 68% em 2020), quanto market share de gestão de recursos (71% em 2019, 64% em 2020) ou na quantidade de downloads para abertura de contas digitais (52% em 2019, 48% em 2020).

Se temos uma, por assim dizer, “assimetria regulatória”, ela parece conferir multiplicidade de possibilidades e amplo espaço para competição justa, ou seja, equidade e simetria e oportunidades para todos em benefício dos consumidores.

Lembrando o conceito real de equidade que significa de “tratar as pessoas e os negócios de forma diferentes, levando em consideração do que eles precisam”, em resumo tratar igual apenas os iguais. Exatamente o que os reguladores estão trabalhando para garantir, por meio do estimulo a entrantes — que por serem diferentes merecem uma atenção diferenciada — para que surja finalmente uma competição vigorosa e diversificada com amplas possibilidades de ofertas aos consumidores.

*Carlos Augusto de Oliveira é CEO da startup Certdox, Fintech Board Member do micro VC Bossanova Investimentos e ex-CIO do Banco Original


**Este texto foi originalmente publicado blog da Kadmotek, que autorizou a republicação no Finsiders.

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Redação: Conteúdos produzidos pela equipe de jornalistas do Finsiders,
além de artigos de executivos do setor

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