Com seis meses de vida, a plataforma digital de remessas de moeda para o exterior dolareasy – marca registrada da fintech Atlantis, por sua vez correspondente da Frente Corretora – planeja sua primeira rodada early stage de captacão de recursos juntos a fundos de venture capital. A expectativa é levantar entre US$ 1 milhão e US$ 2 milhões.
“Até agora, contamos somente com um investidor anjo, meu sócio Winston Ling – mas precisamos de mais capital para estruturar nossa ‘máquina de vendas’, ações de marketing, lançamento de novos produtos e cumprir os requisitos regulamentares exigidos pelo Banco Central”, diz o fundador e CEO Milton Machado. Segundo o empreendedor, o objetivo da Atlantis é conseguir licença para operar como corretora de câmbio dentro de no máximo dois anos.
Hoje, a dolareasy atua principalmente com clientes pessoas físicas, mas já detectou que empresas, principalmente PMEs, também enfrentam dificuldades na hora de transferir dinheiro para o exterior: pagam impostos que somados chegam a quase 40%, além das taxas de US$ 30 no SWIFT – o sistema de transferências internacionais usado pelos bancos. Para atender essa demanda, negocia parcerias com bancos e agências reguladoras e de fomento a fintechs, principalmente nos Estados Unidos – segundo Machado, não existe solução fora dos bancos para essas empresas. “A dor existe, o filão é enorme”, diz.
Machado afirma que a plataforma demorou dois anos para ser construída como ele idealizou por que as soluções tecnológicas não eram tão simples de implantar: “Nosso foco é na experiência do usuário, que consegue enviar dinheiro para 40 países tão simplesmente quanto fazer um PIX. Além disso, usamos criptografia pesada, cada cliente tem uma chave própria. Isso aumenta muito a segurança”, diz. A dolareasy já transacionou mais de R$ 1 milhão, e, ao longo de 2021, a expectativa é chegar a um volume total de R$ 50 milhões.
Entre os produtos em desenvolvimento, Machado antecipa que terá em breve a possibilidade de fazer remessas com um click, como no PIX; e o “pague com dolareasy”, que permitirá usar a plataforma para pagar em reais em vez de pagar com cartão de crédito internacional.
A dolareasy, segundo seu fundador, foi criada para facilitar o acesso do brasileiro às finanças globais e ao mundo offshore. As remessas entre pessoas físicas têm valor máximo de US$ 3 mil por operação, até US$ 20 mil por ano. Também é possível concretizar a transação por meio da mesa de câmbio de instituições parceiras, neste caso, com remessas de qualquer natureza ou valor.
“Hoje, ja fazemos a transferência internacional iniciando pela TED, sem a necessidade de acessar a plataforma a cada remessa, para depois acessar o banco e ainda ter que voltar à plataforma para informar a conclusão da operação”, diz. “Em breve, ficará ainda mais fácil.”