Tivit mira B2B com nova plataforma de banking as a service (BaaS)

Foto: Markus Spiske/Unsplash
Imagem: Markus Spiske/Unsplash

Aquecido, o mercado de banking as a service (BaaS) está parecendo coração de mãe: sempre cabe mais um. A multinacional de tecnologia Tivit é o nome mais recente a apostar na área e acaba de lançar sua plataforma de BaaS. À frente da unidade de negócios está André Correia, executivo que ajudou a construir a plataforma de BaaS do Banco Original.

Batizada de TBankS, a nova vertical de negócios espera atingir 100 milhões de transações/mês no fim de 2022, chegando a 5 mil clientes nos próximos cinco anos. E já tem três contratos fechados, revela o executivo ao Finsiders.

“A gente nasce com uma tecnologia de ponta, construída do zero, o que nos permite ser escalável e não ter o legado que a concorrência tem”, diz André. “Estamos preocupados com o B2B, entregando serviço de back end. Já estamos conectados a vários bancos. Queremos ser os grandes conectores de serviços financeiros.”

Com mais de duas décadas, a Tivit gerencia atualmente mais de 33 bilhões de transações por ano para bancos e processadoras de cartões de crédito. É dessa conexão que o executivo fala. Em julho, a empresa também foi homologada pelo Banco Central (BC) para atuar como Provedora de Serviços de Tecnologia da Informação (PSTI) e oferecer conectividade para pagamentos via Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e Pix. E já entrou com o pedido no BC para operar como iniciador de pagamentos, conta André.

O TBankS nasce com três contratos fechados — um “grande ERP” e duas fintechs. É tudo o que André pode comentar por enquanto. Sobre o acordo com este sistema de gestão empresarial, ele dá uma pista: “O volume já com este primeiro contrato com o ERP será grande. Mostra que estamos agressivos nesse mercado”, diz. O executivo não fala do tamanho do pipeline, mas conta que a nova vertical tem um potencial de crescimento anual entre 20% e 30% para os próximos cinco anos.

A nova plataforma de BaaS tem como foco apenas o mercado B2B, dando ênfase para clientes de setores como varejo, serviços, fintechs e concessionárias. A integração com os principais ERPs por meio de APIs disponibiliza conta digital e serviços de pagamentos e recebimentos, como boletos com código de barras, Pix, entre outros. O TBankS oferece, ainda, as modalidades de Pix para varejo e Pix com vencimento. “Oferecemos também débito automático para o cliente, que é uma coisa que fideliza, gera recorrência.”

Um dos problemas das fintechs hoje é não ter conexão com todas as concessionárias e utilities, o que faz o cliente manter a conta no grande banco para conseguir pagar contas de consumo, por exemplo. “Conseguimos conectar com os grandes bancos e entregar a solução via APIs para que essas fintechs consigam atender o cliente na ponta”, explica ele.

Oriundo do Banco Original, onde ficou por mais de cinco anos e ajudou a estruturar a vertical de BaaS, o executivo vê um mercado competitivo. De fato. O número não para de crescer, mas há mais de 20 players com soluções intituladas banking as a service. Duas relevantes, como o leitor sabe, passaram por M&A este ano: Hub Fintech (adquirida pelo Magalu) e Bankly/Acesso (comprada pelo Méliuz). As demais seguem de forma independente, ao menos por ora: Matera, Zoop, CSU, Dock, Swap, entre outras.

Alguns bancos também vêm crescendo suas operações de BaaS, numa aposta de que o tradicional negócio bancário não deve ser a única fonte de receita. Estão nesta lista os bancos BV, Original, Topázio, ABC Brasil e Citi.

“A Tivit tem a solução própria de cloud, temos contratos com empresas de nuvem do mercado. Estamos suportados por todas as partes, e temos expertise em ser conectores, ser conectores totalmente escaláveis”, defende André, citando uma grande operação pela qual a multinacional foi responsável e que exemplifica a “competência” da Tivit para entrar no mercado de Open Finance.

Para o executivo — que além do Original, passou mais de 14 anos no Itaú Unibanco –, um dos grandes desafios dos bancos no Open Finance é lidar com o legado e sistemas antigos, que não se conversam. Outro desafio é a absorção das informações de forma estruturada. “Não adianta disponibilizar as informações, consumir dados de 20 players e não saber o que fazer com essas informações.”

(Colaborou Fernanda Bompan)

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