Algumas empresas atuam como se estivessem nos bastidores das transações financeiras. É o caso da brasileira HST, que oferece soluções de segurança em pagamentos digitais. Com mais de três décadas de atuação, a companhia criada em Campinas (SP) está presente em 19 países, em três continentes. E vem ampliando sua atuação no exterior.
Até agosto deste ano, a HST fechou mais de 50 contratos com instituições financeiras e grandes varejistas em países como Estados Unidos, Colômbia, Chile, Uruguai, Paraguai, Equador, Costa Rica, Guatemala e Jamaica.
Incluindo o Brasil, no total, a empresa agregou 17 novos clientes à sua carteira, conta Mauro Tozzi, diretor global de vendas da HST, com exclusividade ao Finsiders. Atualmente, são clientes da HST seis dos mais importantes bancos brasileiros e quatro dos dez maiores bancos da América Latina.
O mercado brasileiro respondeu por quase metade (45%) dos novos contratos assinados pela companhia até agosto. Entre os novos clientes estão nomes como HDT Digital, especializada em soluções para o setor financeiro, ESGNet, distribuidora de impressoras, e FastPay, processadora de soluções de tecnologia e integrações em meio de pagamentos.
Segundo Mauro, os setores financeiro e varejista são prioridades para a empresa. A HST surfa, ainda, uma onda de crescimento do modelo de banking as a service (BaaS), que tem permitido a negócios de diferentes setores a construção de soluções bancárias digitais.
“Essas empresas precisarão cada vez mais de tecnologia que garanta segurança das transações e infraestrutura apropriada diante do gradual aumento da complexibilidade do ecossistema”, aponta o executivo.
Nos últimos anos, a HST vem modernizando as soluções com foco nos novos entrantes do setor, como os bancos digitais e fintechs. Em maio, por exemplo, lançou um SaaS para emissão centralizada de cartões. “Fomos uma das pioneiras em desenvolver software para os maiores bancos. Agora, estamos desbravando o mercado de bancos digitais e fintechs”, contou Eduardo Cunha, CEO da HST, em conversa com o Finsiders, no início do ano.
Durante o ano passado, a empresa auxiliou seus clientes – entre eles instituições financeiras e grandes varejistas – a emitirem dois milhões de cartões digitais e tokens. Entre os cartões físicos, foram mais de 14 milhões de emissões, em 4 mil pontos de clientes. Em 2020, a HST cresceu 13% no Brasil e 17,2% na operação internacional. A expectativa é avançar 15% este ano, diz Cunha.
A expansão do negócio ocorre num momento em que há um crescimento global das transações digitais com cartões, além da adoção de novas tecnologias de segurança, como a tokenização.
Criada pelas bandeiras, a tokenização substitui os números do cartão por outros números em cada transação ou canal. Se, por exemplo, o cliente digitaliza o seu cartão em uma carteira digital NFC, não é o seu número de cartão que está armazenado ali, e sim um outro número que se referencia ao seu cartão original.
“É como se o emissor emitisse um cartão adicional para cada token criado para seu cartão. Este ‘cartão adicional’ somente funcionará para aquele dispositivo, ou para aquele comércio eletrônico, para os casos de cartões armazenados por lojas virtuais”, explica Mauro, citando que mais da metade (53%) dos novos clientes (53%) contrataram a HST para soluções de tokenização de cartões.
Em 2020, a indústria de cartões movimentou R$ 2 trilhões, conforme a Abecs. Um ano em que os pagamentos por aproximação dispararam, por conta do distanciamento social — foram R$ 41 bilhões transacionados por esta modalidade, 5x mais ante 2019.
Neste ano, até o primeiro semestre, os pagamentos por aproximação somaram R$ 53 bilhões, volume 6x maior em relação a igual intervalo de 2020, segundo a associação. As transações NFC já representam 10% de todo o volume no crédito. O setor de cartões como um todo encerrou os seis primeiros meses do ano com R$ 1,2 trilhão transacionados, alta de 33,2% na comparação anual.
Leia também:
Pedro Coutinho: ‘Boom’ do e-commerce exige boa gestão dos pagamentos
Futuras gerações vão demandar formas mais seguras de pagamento, diz especialista