Nubank confirma compra da fintech Olivia; valor não foi revelado

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Agora é real oficial. O Nubank divulgou ontem (18) a aquisição da assistente financeira virtual Olivia. O valor da transação não foi revelado.

A notícia sobre o deal foi publicada em primeira mão pelo Pipeline, site de negócios do Valor Econômico, em 28 de outubro. Na ocasião, a operação ainda não estava 100% fechada, mas uma fonte com conhecimento do assunto disse ao Finsiders que a negociação estava “bem encaminhada”. Procurados na época, Nubank e Olivia não comentaram a informação.

Com a aquisição, o Nubank integra a plataforma e os serviços da Olivia, além de capacidades estratégicas em ciência de dados e um time de tecnologia altamente especializado, diz o banco digital em seu blog.

Com uma tecnologia proprietária que utiliza inteligência artificial (IA), a Olivia aprende os padrões de gastos dos usuários e, assim, ajuda as pessoas a economizar dinheiro, além de dar recomendações sobre como guardar e investir mais, só para citar alguns exemplos.

Lançado oficialmente no Brasil em janeiro do ano passado, o app soma mais de 20 integrações com os cinco maiores bancos, bancos digitais, inclusive o Nubank, além de corretoras como XP Investimentos, Modalmais e recentemente com Clear e Rico, conforme o Finsiders noticiou. Usuários de vale-refeição (Alelo, Sodexo e Ticket) também conseguem plugar suas informações no app.

Mais de um ano e meio depois do lançamento oficial em território brazuca, a Olivia anota crescimento acelerado. Passou de meio milhão de contas conectadas em setembro de 2020 para mais de 1 milhão, em dezembro. Seis meses depois, a base quintuplicou. Até o fim do ano, a meta é chegar a 10 milhões de contas conectadas à plataforma, disse Lucas Moraes, cofundador, em entrevista ao Finsiders no fim de setembro.

No B2B, a fintech tem parcerias com nomes como íon, aplicativo de investimentos do Itaú Unibanco, Credicard e banco BV — cujos recursos tecnológicos da Olivia ajudaram a construir a “Bevê”, assistente virtual do banco controlado pelo Banco do Brasil e pela família Ermírio de Moraes. Outro acordo é com a empresa irlandesa de seguros de vida Irish Life.

Nessa vertical, a Olivia está fazendo algo semelhante ao que o Guiabolso começou a desenvolver recentemente, com soluções de Open Banking e inteligência de dados. Após a compra pelo PicPay, a tendência é que os esforços na área não sejam intensificados. Resta saber se o mesmo ocorrerá agora com a Olivia.

A fintech aguarda, ainda, aprovação no Banco Central para operar como iniciadora de pagamentos. Na prática, essa figura pode iniciar transações de pagamentos, sempre com consentimento do usuário, reduzindo a necessidade de intermediários. Um dos players com esta licença é o WhatsApp Pay, por meio do Facebook Pagamentos.

“Eventualmente, você não precisará mais abrir o app de cada banco com quem tem relacionamento. Nossa visão é poder conectar tudo num só lugar. Por exemplo, se a Olivia sabe que o salário do usuário vai cair daqui a dois dias e também sabe que a pessoa consegue poupar X por mês, automaticamente pode movimentar para uma conta de investimentos”, exemplificou Lucas, ao Finsiders, em setembro. Tudo isso, claro, com o devido consentimento dos usuários.

Com usuários espalhados pelo país, mas concentrados nas grandes capitais, a Olivia hoje é utilizada principalmente por pessoas com idades entre 30 e 38 anos. São dois grandes perfis: indivíduos sem dívidas que buscam se organizar mais financeiramente, mais conhecimento e investir melhor; e outro grupo de pessoas que estão endividadas e procuram ferramentas para sair dessa situação.