Fintechs

Com mais US$ 1 bi em caixa em dois novos fundos, Kaszek Ventures anuncia aporte nas estreantes Clara e Justos

Dois dias após anunciar a captação de US$ 1 bihão em dois novos fundos de venture capital, a Kaszek já divulgou dois novos investimentos. Ambos têm em comum o fato de serem novatas, com planos de fazer suas estreias no Brasil em breve: a fintech mexicana Clara e a insurtech multinacional Justos. A Clara é uma plataforma de emissão de cartões corporativos para gestão de gastos que começou no México há menos de um ano; agora, após receber US$ 30 milhões de um consórcio de fundos, do qual a Kaszek participou, prepara-se para começar a operar aqui em agosto.

A proposta da Justos é usar tecnologia e Inteligência Artificial para cotar o preço do seguro de acordo com o perfil do motorista – por aqui, por enquanto sua única concorrente é a ThinkSeg. Apesar de escolher o Brasil para sua estreia, os três sócios são estrangeiros: o espanhol Antonio Molins, o mexicano Jorge Soto Moreno e o indiano Dhaval Chadha.

O fundo Kaszek Ventures V levantou US$ 475 milhões, e vai se concentrar no financiamento de estágio inicial; o Kaszek Ventures Opportunity II, de US$ 525 milhões, visa investimentos em estágio posterior. A Kaszek já apoiou 91 empresas e seu portfólio garantiu mais de US$ 10 bilhões em capital para 192 empreendedores.

Tudo é fintech?

Analistas internacionais dizem que, embora a Kaszek seja agnóstica em seus investimentos, uma parte significativa dos fundos provavelmente vão para fintechs. A maior parte de sua carteira ativa de 71 empresas opera em fintech (20) e insurtech (6). Alguns dos investimentos da Kaszek incluem Nubank, Creditas, Bitso, Cora, Remessa Online, GuiaBolso, Warren e Xerpay. E dado que seus investimentos existentes no segmento estão indo bem – Nubank é o maior neobanco do mundo, com 34 milhões de clientes – é natural que a Kaszek tente replicar esse sucesso com mais investimentos em fintechs. Além disso, geograficamente, Kaszek concentra-se fortemente no Brasil e no México – os dois países com a maior atividade fintech na região.

“Tudo hoje é fintech, mesmo os negócios de venda de carro acabam oferecendo crédito. A diferença é que no começo havia muitos projetos voltados ao consumidor final. Agora, vemos surgir as primeiras soluções para pequenos negócios e estamos começando a explorar a área de infraestrutura. Acredito que vamos ver muita coisa nessa frente”, disse à Exame o cofundador Hernan Kazah. Ele e Nicolas Szekasy deixaram o Mercado Livre há dez anos para fundar uma gestora de venture capital para investir em startups na América Latina.