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Palavras como ‘check’, ‘call’, ‘raise’ ou até a que dá mais frio na barriga, ‘all-In’, podem não fazer parte do seu dia a dia, mas para 7 milhões de jogadores de poker no Brasil sim. Sem contar aqueles que fazem desse jogo seu “ganha pão”. Um mercado e tanto quando se trata de movimentações financeiras.
Não é só isso. De acordo com a Pesquisa Game Brasil (PGB) de 2021, 72% dos brasileiros jogam algum tipo de jogo eletrônico, independentemente da plataforma. E comprar um jogo online ou equipamentos exige uma transação financeira de verdade. Foi pensando nisso que a GamersCard foi fundada em 2019.
No primeiro momento, a fintech oferecia apenas um cartão de crédito pré-pago internacional especializado para gamers e jogadores de poker. Em julho deste ano, passou a ter um aplicativo desenvolvido em parceria com Mobile2you Tecnologia. O aplicativo utiliza a Acesso, com os serviços de ‘banking as a service’ (BaaS) da unidade de negócio Bankly, responsável pela camada regulatória junto ao Banco Central (BC).
Agora, assume como uma fintech com planos de ser um iniciador de pagamentos (IP) um dia.
Em seu primeiro ano de operação, a empresa já havia emitido 20 mil cartões de crédito pré-pago internacional. E, com o mais recente produto, a wallet para os jogadores de poker (lançado há mais de 2 meses), não só bateram a meta da companhia de 60 mil usuários em suas plataformas (site e aplicativo), como vai fechar este ano com uma base de 90 mil.
“Só na wallet, foram 16 mil contas abertas em 2 meses”, diz Paulo Gerber, cofundador e CEO da GamersCard, em entrevista exclusiva ao Finsiders.
Além disso, a empresa projeta um faturamento de R$ 45 milhões e R$ 80 milhões em transações totais processadas neste ano. Em 2022, a expectativa é triplicar essas transações, alcançado R$ 250 milhões. “Mas esperamos que esse valor possa ser ainda maior”, acrescenta o empreendedor.
No site ou aplicativo, o cliente pode também efetuar pagamentos de contas (boletos, contas de concessionárias, tributos etc.), recarga para celular e transferências para outros cartões GamersCard.
Já o cartão, como outros semelhantes do mercado, possui benefícios. No caso da GamersCard, existe o programa de fidelidade GamersPoints, onde a cada dólar gasto com o cartão ele acumula pontos e pode trocar por mais de 3 mil produtos ou cashback. Mas traz outras vantagens específicas ao público-alvo, como poder participar de torneios semanais exclusivos de League of Legends (LoL), Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO) e poker com premiações em dinheiro ou GamersPoints e, ainda, parcerias com players do segmento de poker, games e tecnologia para que os jogadores evoluam em seus jogos.
Neste momento, a ambição da GamersCard é ser a plataforma de pagamentos e serviços financeiros preferida da comunidade gamer e dos jogadores de poker online, além de contribuir com a jornada financeira deles. “Temos pais que procuram nosso produto para ter maior controle sobre as transações feitas pelos filhos”, afirma Paulo.
Mercado pequeno, ‘só que não’…
O empreendedor considera que é um mercado ainda em expansão, por isso há pouca concorrência. Contudo, se considerar o tamanho de quem se já aventurou neste ramo, a concorrência se torna acirrada. Grandes bancos têm se destacado neste segmento.
O Banco do Brasil (BB), por exemplo, foi reconhecido com a instituição mais famosa por esse segmento, segundo a PGB 2021. Ele tem uma plataforma, a #TamoJuntoNesseGame em parceria com a Visa, que contempla novidades da área, quais são os eventos, no caso, do eSports e sobre os produtos financeiros.
Outro exemplo é o Santander que tem o Consórcio Gamer, o qual oferece uma carta de crédito para a pessoa montar o PC gamer e comprar todos os equipamentos para jogar.
O Inter – com seu programa de assinatura de games, o Inter Arcade — e o next – com parceria com o Fluxo , time de Free Fire criado por Nobru e Cerol — também oferecem soluções financeiras voltadas para esse público.
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Danylo Martins é jornalista com dez anos de cobertura de finanças, empreendedorismo e inovação no setor financeiro. Com MBA em mercado de capitais, é vencedor de quatro prêmios de jornalismo econômico e colabora com o jornal Valor Econômico há oito anos. Teve passagens por Folha de S.Paulo e revista Você S/A.
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