A combinação entre captação líquida de R$ 230 bilhões e desvalorização de mercado de R$ 75 bilhões fez com que a XP Inc. encerrasse 2021 com crescimento de 23% ano contra ano em um dos principais KPIs, ativos sob custódia (AuC), conforme mostra a prévia operacional divulgada nesta terça-feira (11) pela companhia.
Entre um ano e outro, o AuC da instituição passou de R$ 660 bilhões para R$ 815 bilhões. Na comparação entre o terceiro e quarto trimestres, o crescimento foi mais tímido: 3%.
No acumulado do ano passado, a captação líquida total foi de R$ 230 bilhões, um incremento de 16% ano contra ano. Já a captação líquida ajustada — que desconsidera transferências de custódias concentradas — cresceu 25% na comparação anual, atingindo R$ 176 bilhões ao final de 2021.
A XP encerrou dezembro com 3,4 milhões de clientes ativos, o que representa um aumento de 23% ano contra ano e de 4% entre os trimestres. A entrada mensal líquida de clientes caiu 23% entre o terceiro e quarto trimestres, afetada principalmente por uma “menor ativação na Clear, dado o fraco ‘momentum’ no mercado de ações”, diz a XP.
No segmento de banking, a carteira de crédito atingiu R$ 10,2 bilhões ao final de 2021, mais do que o dobro na comparação ano contra ano e crescimento de 18% na análise trimestral. O duration da carteira é de 3,3 anos, com zero de inadimplência acima de 90 dias.
Já o volume total de pagamentos (TPV, na sigla em inglês) com o cartão de crédito — lançado oficialmente no primeiro trimestre de 2021 — alcançou R$ 4,4 bilhões ao final do quarto trimestre, com alta de 35% em relação ao trimestre anterior. No acumulado de 2021, o TPV totalizou R$ 10,3 bilhões.
Na prévia dos resultados, a XP antecipou, ainda, o crescimento do bolo nos fundos de previdência, um mercado no qual a instituição fundada por Guilherme Benchimol vem avançando bastante e pegando fatias de seguradoras ligadas a grandes bancos. Em 2021, o AuC dos fundos de previdência foi de R$ 48 bilhões, com crescimento de 51% em relação ao ano anterior.
Expansão
A XP começou 2022 a todo o vapor. Na semana passada, anunciou a aquisição de 100% do Modal em uma operação de troca de ações avaliada em R$ 3 bilhões. Também na primeira semana do ano a instituição divulgou a compra de uma fatia na Suno para fortalecer a frente de conteúdo e análises sobre o mercado financeiro.
Em teleconferência para comentar o deal com o Modal, a XP deixou claro que vai acelerar as compras em 2022. A tese de construir um ecossistema que ajude os brasileiros em toda a jornada financeira ganha cada vez mais corpo na empresa.
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