Artigo | Como fintechs podem alavancar negócios de um banco (parte 1)

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Por Luiz Neto*, exclusivo para o Finsiders

(Esta é a primeira parte do artigo “Como as fintechs podem alavancar negócios de um banco”. Neste domingo, 6, será publicada sua continuação)

Os bancos já foram o único ponto de acesso dos consumidores ao sistema financeiro, mas essa era acabou. O mercado está sendo totalmente transformado por novos players que surgem do casamento entre finanças e tecnologias: as chamadas fintechs.

Ao utilizar inteligência artificial, big data, analytics e dispositivos mobile para oferecer serviços mais baratos, personalizados e simples de usar, essas startups conquistam parte considerável da participação de mercado que era dominada pelos bancos tradicionais.

Impulsionadas pela economia de compartilhamento, pela regulamentação favorável e pela tecnologia da informação, as fintechs trazem consigo a promessa de remodelar o setor financeiro, acabando inclusive com a intermediação das empresas tradicionais.

Não é por acaso que elas são reconhecidas como uma das inovações mais importantes do setor financeiro. E é por isso que toda empresa financeira que queira se manter competitiva nesse segmento precisa buscar parcerias com essas startups.

Consumidores acostumados às experiências prestadas por empresas como Google, Amazon, Facebook e Apple estão cada vez mais exigentes. Eles querem serviços e recomendações personalizados, querem facilidade de uso e relacionamento descomplicado, inclusive na interação com seus provedores de serviços financeiros.

Não é difícil imaginar o quanto esse tipo de expectativa é desafiadora para as instituições tradicionais.

As fintechs estão amadurecendo e ampliando suas ofertas, sua presença de mercado e sua base de clientes. Como consequência, a habilidade de combinar expertise em tecnologia inovadora com foco total no cliente está abrindo portas para parcerias com grandes corporações.

A colaboração entre bancos tradicionais e fintechs, aliás, mais do que nunca é uma estratégia poderosa para eliminar gaps em operações, regulamentações, dados, adoção de tecnologia e customer experience (CX) para entregar o que os clientes demandam atualmente.

Para que essas parcerias possam ocorrer e sejam efetivas, é importante que os bancos tradicionais identifiquem e priorizem as jornadas dos clientes que precisam ser reinventadas e as iniciativas que eles esperam desenvolver com as fintechs.

A imagem abaixo é um exemplo dos tipos de parcerias estratégicas que podem ser feitas entre bancos e startups para atender melhor o consumidor final. Neste exemplo, desconstruímos as ofertas de um banco utilizando a tecnologia de busca da plataforma do Innovation Intelligence.

Divulgação

Note que para cada oferta que o banco tem, foi possível rapidamente encontrar na plataforma soluções com startups. A partir disto cabe ao banco determinar sua estratégica de virar cliente, investir, fazer parcerias, comprar a empresa ou então se preparar para competir com o player emergente.

Para uma melhor análise da imagem acima, nós classificamos as principais ofertas de um banco em cinco categorias diferentes e vamos analisar brevemente cada uma delas (análise essa que foi dividida em duas publicações no Finsiders).

Meios de pagamento

Os pagamentos são um dos serviços financeiros mais utilizados no dia a dia. São também um dos menos regulamentados e mais simples em comparação com outros produtos e serviços do segmento.

As fintechs com foco em pagamentos ganham clientes com agilidade e oferecem serviços inovadores com custos mais baixos que as empresas tradicionais.

As que são voltadas ao consumidor e varejo incluem carteiras móveis, pagamentos móveis peer-to-peer (P2P), câmbio e remessas estrangeiras, pagamentos em tempo real e soluções em moeda digital. Esses serviços aprimoram a experiência de clientes que buscam facilidade de uso, velocidade, conveniência e acessibilidade multicanal.

De forma geral, o segmento de pagamentos é imenso e bastante propenso a se beneficiar das melhorias que a tecnologia pode promover em relação à agilidade, conveniência e custo. Ele é também uma boa porta de entrada para outras áreas de serviços financeiros.

Sem surpresa, fintechs e empresas estabelecidas têm um grande interesse nessas melhorias que inspiram tanto a concorrência quanto o trabalho colaborativo entre esses players. Afinal, existe uma lacuna crescente entre as atuais capacidades de pagamento e as que são necessárias e esperadas na economia digital.

Por exemplo, a atual infraestrutura de sistema de transferências internacionais carece de padronização e automação em redes inter e intra bancárias que poderiam evitar a necessidade de intervenção manual para coletar e recuperar dados. Ineficiências que, por sua vez, aumentam os custos em todo o ecossistema.

(Leia amanhã no Finsiders quais serão as próximas categorias analisadas pelo autor)

*Luiz Neto é CEO da Innovation Intelligence, plataforma de inovação aberta com 1,3 milhão de startups indexadas.

As opiniões neste espaço refletem a visão dos especialistas e executivos de mercado, e não a do Finsiders.

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Redação: Conteúdos produzidos pela equipe de jornalistas do Finsiders,
além de artigos de executivos do setor

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