Fintechs

Finted Tech School lança índice para acompanhar desempenho das ações de fintechs; das 30, só quatro são brasileiras

A Finted Tech School, criada há um ano por Ricardo Humberto Rocha, Flávio Málaga e Alexandre Zavaglia, lançou hoje (8/6) o FintedIndex, para acompanhar o desempenho das ações das fintechs de capital aberto no mundo.

Das 30 que compõem o índice, apenas quatro são brasileiras: XP, PagSeguro, Stone e Inter. Segundo seus cálculos, de 31 de dezembro de 2018 a 31 de maio de 2020, o FintedIndex subiu 88%, enquanto o Dow Jones Industrial Average, 38%. O valor atual de mercado da carteira teórica do novo índice é US$ 128 bilhões – a maior empresa é a XP, que vale US$ 22 bilhões.

Os sócios avisaram que vão incluir outras fintechs na medida em que abrirem o capital. A julgar pelo excesso de liquidez e de apetite dos investidores por startups financeiras, pode levar um tempo para o índice crescer. Uma das maiores fintechs do mundo, a brasileira Nubank, já avisou que vai esperar um pouco mais antes de ir a mercado.

Modelos sustentáveis?

O índice nasceu do FintedLab, laboratório de pesquisas idealizado pelos sócios da Finted Tech School para desenvolver estudos avançados e de alto impacto relacionados ao mercado financeiro, ao universo jurídico e aos novos modelos de negócios e tecnologias aplicadas.

O FintedIndex levou seis meses para ficar pronto. Segundo os sócios veio para “suprir uma necessidade do mercado, de investidores, analistas financeiros, fundos de Investimentos, empreendedores, entre outros que atuam nesse mercado, para acompanhar a evolução das empresas de tecnologia no mundo”. O índice visa observar a geração de valor dessas fintechs no tempo, a evolução das suas receitas e lucros – e se estão de fato criando modelos sustentáveis.

Meios e fins

Durante evento online realizado no dia 8/6 para apresentação do índice, dois dos convidados – o diretor geral para fintechs na Totvs, Eduardo Neubern, e Fabio Frascino, diretor financeiro na Redpoint eventures – alertaram para os riscos que o atual excesso de liquidez traz a empreendedores.

“No Brasil, estamos vivendo um momento único para as fintechs. Além do excesso de liquidez, vários outros fatores estão ajudando, estamos de vento de popa – até o governo, com uma regulamentação favorável, e com os sandboxes para testar antes de investir pesado. Muitas tecnologias estão convergindo”, diz Frascino.

“Liquidez é ótimo, mas pode confundir fins e meios. A tecnologia tem que ser a catalizadora de uma ideia de negócio bem executada. Uma tecnologia inovadora de ponta às vezes esconde algumas fragilidades. Mas no final do dia o que importa é geração de valor – qual o problema aquela fintech está resolvendo? de que jeito? a que custo? por quê é melhor do que os concorrentes? tem escalabilidade? É isso que o investidor precisa considerar”, aconselha Neubern.