Grupo Primo compra fintech Grão, de Monica Saccarelli

Monica Saccarelli, fundadora da Grão, e Thiago Nigro, CEO do Grupo Primo (Divulgação)
Monica Saccarelli, fundadora da Grão, e Thiago Nigro, CEO do Grupo Primo (Divulgação)

De grão em grão, o Grupo Primo vai ficando bem grande. Com o perdão do trocadilho, a notícia é que a companhia de Thiago Nigro divulgou nesta quinta-feira (10) a compra da Grão, fintech especializada em micro investimentos.

O valor da transação não foi revelado, mas com o deal, o Grupo Primo coloca para dentro do seu ecossistema de finanças, tecnologia, marketing e negócios uma fintech que tem capacidade de criar e produtos financeiros.

Fundada em 2019 ainda como Diin por Monica Saccarelli (ex-sócia da corretora Rico), a Grão permite investimentos a partir de R$ 1 em títulos públicos, sem taxa de administração. Na prática, a solução busca fomentar o hábito de poupar pequenos valores entre os brasileiros, ou seja, “de grão em grão”.

Hoje, a Grão tem uma base de 35 mil clientes ativos e uma equipe com aproximadamente 20 pessoas, a maioria em tecnologia. Em um movimento para atender clientes maiores, a fintech constituiu uma asset, que desenvolverá internamente fundos de previdência e outros produtos de investimento.

É justamente aí que mora o interesse do Grupo Primo pela fintech. Isso porque a Grão traz na bagagem uma plataforma tecnológica, assim como a licença regulatória de gestora, além de uma executiva experiente no mercado financeiro, que foi fundadora da Rico lá atrás.

“Mônica e sua equipe tem um propósito muito alinhado com o nosso. A oportunidade de ter esse time construindo serviços que estão nos nossos planos para servir e fortalecer nossa comunidade foi importante para essa escolha” afirma Nigro, CEO do Grupo Primo, em comunicado.

A aquisição da Grão reforça a estratégia da companhia de Nigro em atender a audiência em suas necessidades ao longo de toda a jornada de conhecimento sobre investimentos.

“A aquisição faz sentido para evoluirmos de uma poupança digital para uma plataforma de investimentos sem perder a nossa essência e independência, ponto chave dessa escolha”, diz Monica Saccarelli, fundadora da Grão, no texto.

Segundo reportagem do site Pipeline, do Valor, o faturamento do Grupo Primo chegou a R$ 130 milhões em 2021. Hoje, a companhia tem 240 pessoas, e deve chegar a 360 até o fim deste ano.

Mercado

A movimentação do Grupo Primo ocorre num momento em que outras empresas de conteúdo no mercado financeiro, reforçam as apostas em produtos de investimento. A Suno, por exemplo, lançou em 2021 sua própria gestora de recursos, a Suno Asset.

A XP — que também é sócia da empresa de Thiago Nigro — tem debaixo do seu guarda-chuva a Spiti e em janeiro comprou uma fatia do Grupo Suno. No ano passado, também se associou à plataforma OHM Research e adquiriu uma participação na casa de análises Levante.

Os concorrentes não param de se mexer. O BTG Pactual, por exemplo, concluiu em novembro a aquisição de 100% do Grupo Universa, que tem no seu guarda-chuva a Empiricus, além de outras empresas.

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