O Brasil foi o segundo país com mais instalações de apps de finanças em 2020, atrás apenas da Índia. O crescimento no número de instalações de apps de finanças entre o primeiro trimestre de 2020 até o mesmo período de 2021 foi de 65%. Nos últimos dois anos, o salto é de 260%.
Os dados são de um estudo da AppsFlyer, empresa global de análise de dados para publicidade de aplicativos, divulgado nessa semana. O estudo inclui aplicativos tanto de banco digitais, quanto de bancos tradicionais, assim como apps de pagamento e também de investimentos.
No Brasil, em meio à oferta variada de apps financeiros em diferentes categorias, os apps bancários geraram quase 60% dos novos usuários de apps financeiros do 4º trimestre de 2020 e do 1º trimestre de 2021. Ao oferecer um conjunto cada vez maior de serviços para os proprietários de contas, os bancos tradicionais e digitais competiram diretamente por novos usuários, ambos totalizando 28% das instalações de apps vindas de novos usuários no período analisado.
Bancos tradicionais perderam espaço dentre usuários de apps de finanças, com seu share de instalações diminuindo 24,2% em 2020 em comparação com 2019. Bancos digitais por sua vez aumentaram o seu share de instalações no mesmo período em 13,3%.
Porém, os bancos tradicionais ainda conseguem fazer com que os clientes usem seus apps 30% mais vezes dentro do mesmo período de tempo quando comparados aos bancos digitais. Apps de investimentos, ainda considerados mais nichados, são responsáveis por 10% da aquisição de usuários na região (América Latina).
“O Brasil é promissor para aplicativos de finanças por uma série de fatores. O primeiro é a alta introdução dos smartphones como principal meio de acesso à internet, em seguida vem o fato de que a pandemia restringiu acesso às instituições financeiras, fazendo com que o as pessoas se acostumassem aos serviços digitais”, diz Daniel Simões, diretor regional da Appsflyer no Brasil. “Além disso, o investimento em publicidade de aplicativos cresceu muito”.
Segundo o estudo da Appsflyer, na América Latina, 40% da aquisição de usuários vem de campanhas de marketing, demonstrando que em um cenário de alta competição, os aplicativos são de fato um novo canal de engajamento e aquisição de novos clientes, e que empresas de finanças estão mudando a sua mentalidade diante da pandemia, antes utilizando o aplicativo apenas como um canal de engajamento.
Os números mostram que a corrida está evoluindo cada vez mais. Os gastos globais com aquisição de usuários para apps de finanças atingiram os US$ 3 bilhões em 2020; neste ano, somente no primeiro trimestre, já atingiram US$ 1,2 bilhão. A América Latina representa 20% dos gastos globais, cerca de US$ 542 milhões em 2020.
A amostra do estudo foi de 4,7 bilhões de instalações de apps de finanças em todo o mundo de 2 mil aplicativos, entre o primeiro trimestre de 2019 e o de 2021.