Itaú caminha para ser empresa mais digital e tecnológica, diz CEO

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Quando assumiu como diretor-presidente do Itaú Unibanco, há pouco mais de um ano, Milton Maluhy Filho deixou claro uma de suas prioridades: a transformação tecnológica e cultural do maior banco privado do país.

Em um novo movimento para se fortalecer como um banco atuante no ecossistema de startups e inovação, o executivo-chefe acaba de anunciar a contratação de Anderson Thees e Manoel Lemos, sócios da Redpoint eventures.

A dupla chega para uma nova iniciativa, que ampliará a atuação do banco junto ao ecossistema de startups. O projeto, sobre o qual Milton não deu mais detalhes, terá a liderança do próprio executivo-chefe do Itaú. Contará, ainda, com Pedro Prates, cofundador e atual líder do Cubo.

Pela experiência prévia de Anderson e Manoel, há de se imaginar que o Itaú criará alguma iniciativa para investir em startups, embora não se saiba ainda se o banco montará um fundo, por exemplo. A fala de Milton também dá alguma pista do que está por vir.

“Queremos dar outro tamanho, outra visão e proposta de valor para o Cubo. Devemos passar os próximos 12 meses desenhando [o modelo]. O banco vai apoiar as startups não só como parceiro, mas como investidor, podendo alavancar esses vários negócios”, afirmou no evento.

Vale lembrar que o Itaú tem um fundo de Corporate Venture Capital (CVC), gerido pela Kinea. Desde que foi lançado, o Kinea Ventures já assinou cheques para fintechs como Paketá, Monkey Exchange e Saks, entre outras.

Em nota, o banco disse que a iniciativa é estratégica para avançar o posicionamento digital e de crescimento do banco, e envolverá diferentes áreas da instituição e será construída em conjunto com os vários segmentos do ecossistema empreendedor.

“Com a chegada do Anderson e do Manoel, tem início um diálogo amplo com agentes do mercado, incluindo investidores, fundos, corporações, entidades do ecossistema e, principalmente, os empreendedores, que são o foco da iniciativa”, diz o texto, que não fornece mais detalhes sobre o projeto.

A chegada dos dois experientes investidores ocorre num momento em que o Itaú BBA, o banco de investimentos do Itaú, tenta se posicionar cada vez mais como um “banco das techs”.

Hoje, o Itaú BBA tem uma base ativa de 1,4 mil empresas no nicho tech, dos mais variados setores. “Temos mais de R$ 5 bilhões em carteira de crédito nesse segmento”, disse Milton, na abertura do Tech Founders, evento de tecnologia realizado pelo Itaú BBA.

“Desde 2018, a gente praticamente liderou na grande maioria mais de 20 transações de IPO de empresas de tecnologia, sendo que boa parte das empresas fez listagem no exterior.”

O banco de investimentos vem ampliando o portfólio de soluções financeiras para as startups e colocou para rodar recentemente a modalidade de Venture Debt, conforme o Finsiders noticiou em primeira mão em fevereiro.

Cubo e transformação tecnológica

Durante o evento, o CEO do Itaú comentou, ainda, sobre a relevância do Cubo no ambiente de inovação e empreendedorismo brasileiro. O hub, inaugurado em 2015 e ampliado três anos depois, soma mais de 340 membros.

São empresas que, juntas, levantaram mais de R$ 3 bilhões no último ano. “Somando o faturamento dessas empresas, estamos falando de mais de R$ 2,5 bilhões. São números expressivos e importantes”, observou Milton.